terça-feira, julho 29, 2008
AQUI & ALI
Castelo do Drácula
Antunes Ferreira
Um trota mundos (prefiro o estrangeirismo ao globetrotter, este lembra-me sempre os gigantes do basquete da minha juventude), pois, um trota mundos como eu, vai parar a locais onde o mais pintado nunca se lembraria de ir, até porque não saberia onde era e, naquela altura, não havia GPS, só sextante e bússola, q.b.. E mais uns pozinhos.
Mau: naquela altura – quando? Esclareço. Nos idos dos oitentas. Chega? Bom, prossiga-se. Estava na Roménia para entrevistar o Presidentul Niculae Ceausescu. Coisas que a vida nos traz e que não podemos enjeitar. Serviço é serviço, conhaque é conhaque. E, assim e por isso, lá fui até ao Mar Negro onde Sua Excelentíssima Excelência tinha um modestíssimo palácio estival. Coisa para o pequeno: 28 quartitos.
Feita a conversa, durante a qual só registei duas interrupções pelo meio, a cargo da Dona Elena, (sua amantíssima esposa, doutora honoris causa por 26 universidades espalhadas pelo orbe e ex madama de casa de… ia dizer putas. Já disse.) rumei a outros lugares do país que fala também língua novi latina. Ora toma! Embrulha e aplaude, que eu não duro sempre.
Em Bran, na Transilvânia, fomos (a minha caríssima metada e os três rebentos também tinham ido, a expensas próprias) ao castelo do Drácula. Que parece que era o Príncipe Vlad Tepes, que nasceu em 1431 e governou o território como Vlad III. Embora não fosse um vampiro, a sua crueldade, o seu gosto pelas execuções e pelo sangue levou a que fosse considerado como
sendo-o.
O pai de Vlad III, Vlad II, era membro de uma sociedade cristã chamada Ordem do Dragão, criada por nobres da região para defender o território da invasão dos turcos otomanos. Por isso Vlad II era chamado de Dracul - Dragão, membro da ordem - e, por consequência, seu filho passou a ser chamado Draculea, filho do dragão, isto porque em romeno o sufixo «ea», bem como o «cu» significam filho de.
Bom, já chega. No terreno que existe em frente ao castelo (que também tem um lago magnífico), umas camponesas com os seu trajes garridos à base do branco e vermelho (ao contrário seria indiscutivelmente pior…) vendiam artefactos de pele de borrego. Coletes, calças, jaquetas, e barretes que para eles são cachulas.
Turistas russos perguntaram os preços. Como as senhoras não falavam tal língua, na universal figura e com os dedos diziam quanto. Os então soviéticos e em especial as acharam muito caro. Niet, niet, e faziam com as mãos os gestos dos preços serem muito exagerados. E uma das vendedoras logo esclareceu: «Natural! Bééééé!». A necessidade aguça o engenho diz o rifão. Estava tudo dito.
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7 comentários:
A mensagem do texto seria o mesmo que a necessidade faz o ladrão? Tenhopouco a dizer, vim mesmopara visitar o seu blog e me familiarizar com ele,as palavras virão depois....
Abraço
Márcia
Gostei daqui.
E muito interessante saber que já passou pela Cásper Líbero. Curso jornalismo lá!!
Vou linkar o blog.
Beijos
Interessante! Pela escrita, fiquei com água na boca e com o título do seu livro "debaixo de olho". Agradeço a participação e o seu comentário no meu espaço.
Márcia
Cada vez gosto mais da gente bonita do outro lado do nosso mar. Estou-te muito grato.
Fico à espera de novas visitas - todos os dias
Qjs
Camillita
Vida de jornalista não é fácil. Mas, escolheste - tá esolhido... Se fosse aqui em Portugal, diria que o desemprego esperava por ti... hahahahahaha
Continuo a lembrar a Cásper Libero. Boa escola e boa gente. Lá voltarei quando puder e me dê na veneta...
Aguardo que voltes - JÁ!!!!!!!
Manda o teu IMEILE
... e compra (pela net) o me(a)u livreco «Morte na Picaca»...
Qjs
Márcia
Acrescento:
Manda o teu IMEILE
... e compra (pela net) o
me(a)u «Morte na Picada»
Obg
Caríssimo Zé António
A tua visita e o teu comentário são muito interessantes - e muito importantes, para mim.
Renovo os pedidos feitos às duas lindas muchachas que te antecedem:
Manda-me o teu IMILIO;
... e compra o me(a)u «Morte na Picada». Nas livrarias ou pela net. Tenho dito. Hahahahahahaha
Abs
ferreihenrique@gmail.com
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