sábado, março 18, 2006



Mao e maus


O maoismo é Mao ou é mau? Vem-me aos lóbulos (incompletos) cerebrais esta pergunta, depois de ter visto na Telebisom do Norte, carago, o Garcia Pereira, líder do MRPP, que, para todos os efeitos, continua a ser o partido – partido? Unido – maoista cá do burgo. E ainda que vão longe os tempos heroico-revolucionários do camarada Arnaldo Matos, aliás o Grande Educador da Classe Operária, o Movimento Recuperador das Pa$ta$ Perdidas (leia-se MRPP, sil us plau), outro causídico empunha o facho (salvo seja) olímpico, a caminho de Beijing, RPC.

Ora pronto. Cá temos. Mão; China; China; Beijing; Beijing; Jogos Olímpicos; JO; medalhas; medalhas; condecorações; conde; nobre; corações; enfarto; enfarto; estou farto; estou farto de me perguntar se o maoismo é Mao ou é mau? Garcia Pereira, o grande inducador dos tribunais de trabalho, é um gajo porreiro. Um dia, só para verem como ele é, a uma pergunta de um aluno, por acaso o meu filho Luís Carlos, decidiu dar-lhe uma explicação e sentaram-se nos degraus da escadaria de entrada (e de saída) da Faculdade de Direito da Universidade Clássica.

Além da elucidação ter sido perfeita, o meu descendente caçula ficou encantado com o Prof., com a simpatia, a afabilidade, a simplicidade e a disponibilidade dele. O Garcia Pereira (que eu conheço das lides informativas) será Mao, mas não é mau. Bem pelo contrário. Querem outro exemplo sem cariz familiar?

Um Amigo/irmão que tenho, anda a ser sacaneado por uns pseudo-gestores que tomaram conta (democraticamente) duma instituição da nossa praça. O Senhor que os novos patrões da lancha tentam amarrotar, pelo menos, e que durante 16 longos anos envergou a camisola do tal organismo, viu-se, vítima dessa miserável perseguição, na necessidade de consultar um especialista em Direito do Trabalho. Tiro e queda: o Garcia Pereira eleito por unanimidade dos tipos a quem pôs a questão – quem?

No decurso da primeira consulta, já o dirigente da dita organização dita laboral e desdita por mor da inconsequente e incompetente (in)gestão que por aquelas bandas se instalou, que não tem mesmo nada, nadíssima, a ver com Esquerdas, abrenúncio, deu-se conta de que o jurista era porreiro.

Mas, não ficaria por aqui a constatação. Situações posteriores vieram corroborar a opinião do meu Amigo e lixado irmão. Actuação impecável, opiniões lineares, conhecimento de causa, tudo junto já faziam do Garcia Pereira um quase herói para um conservador porreiríssimo. Mas o cuidado também conta. E se os clientes têm sempre razão, como dizem os teóricos e os práticos do Comércio, no caso vertente ela brilha, pura, transparente, cristalina.

Um pedido de esclarecimento telefónico e, meia hora, se tanto, depois, a resposta pereiriana no telemóvel do honesto cidadão. A quem poderia acrescentar outras, muitas, qualidades, de entre as quais aquelas que se cultivam na tropa, a que ele pertenceu – e pertence, mesmo na reserva e na reforma.

Parece-me que cheguei a uma conclusão, equacionadas as hipóteses, elaboradas as premissas. Também mal faria e péssimo seria se não alcançasse este nirvana de trazer por casa. Com gente como o Garcia Pereira, o maoismo é Mao, mas matizado. De mau – não tem nada. Ora toma. Maus, maus, péssimos são os infra-gestores (???) de pacotilha: Mas isso são outros quinhentos mil réis…

Antunes Ferreira

domingo, março 12, 2006

Lisboa está perigosa


A Lisboa de hoje está cada vez mais perigosa. Não, não me refiro às drogas, aos tiros, aos assaltos, aos roubos, aos esticões, aos contos do vigário, a todas as manifestações de um lúmpen que saiu das sarjetas e anda por aí causando medo ou, pelo menos, assustando os cidadãos mais desprevenidos ou desatentos.

Dou de barato que estas coisas se tenham desenvolvido em Portugal. É claro que sim. Se se desenvolveram por todo o Mundo, não o teriam feito entre nós? Por que bulas? Olho em redor e de imediato vejo uma chusma de gentes que se entretém na crítica permanente e destrutiva. A maioria vem do antigamente ou está ainda ligada à Outra Senhora. Não haja dúvidas.

São, por exemplo, aqueles para quem tudo está mal. Demos-lhes voz, de seguida.

Porquê? Porque aconteceu no dia 25 de Abril de 1974 o que consideram uma desgraça desgraçada. Greves? Manifestações de rua? Centrais Sindicais? Tolerância sexual? Aceitação de práticas de vida diferentes? Onde é que já se viu? Para quê tais acções e procedimentos aviltantes? Onde está o cumprimento puro e duro das obrigações. Por isso, só com direitos e nenhuns deveres, chegámos ao que chegámos.

Se o Governo é vermelho – é porque é vermelho; se é verde, idem, se é castanho, idem, idem; se é azul, aspas; se é cor de burro quando foge, aspas, aspas. No entanto, e face à circunstância bendita dos comunas e dos bloquistas não estarem no Poder – graças sejam dadas à Senhora de Fátima – há que dar porrada nos socialistas.

O Sócrates é pane……,maricote – e se não é, devia ser. Assim, com ou sem difamação, é mais facilmente atacável. Pelo sim, pelo não, é de espalhar. Também é ditador, o que é péssimo para a democracia deles. Ataca alguns dos que mais têm: reformados com três mil euros, quatro, cinco, coisa e picos. Malandro, tal como ele próprio, inverteu os termos de um quebrado que estava inteiro durante anos a fio no Estado dito «Novo».

Mas também, à pala de acabar com privilégios, arremeteu contra funcionários públicos de todas as cores, qualidades e feitios; contra médicos, enfermeiros & afins; contra polícias fardados, à paisana e outros; contra os que cumprem com os seus deveres os mais diversos; contra os que se dedicam ao trabalho, premiando os madraços. Veja-se o destrambelho do chamado subsídio para os mais desfavorecidos. Veja-se o subsídio de enquadramento social. Veja-se o abono para os muito idosos e muito pobres. Assim, não andamos para a direita, digo, frente.

É um mentiroso completo: não cumpriu, pelo menos até à data, as promessas que havia feito na campanha eleitoral. Chefia um Executivo à deriva, no qual cada ministro é muito pior do que o colega/camarada que se senta a seu lado. Desde que caiu a seriedade, a verticalidade e a honorabilidade, esta é a pior cambada que temos em São Bento e arredores. O Pinho é uma cavalgadura. O Teixeira dos Santos, um vendido. O Gago, um atrasado mental. O Freitas, um traidor. O Vieira, um mentecapto. Enfim, uma carrada de bestas.

Mas, aventam os que não comungam a mesma hóstia, não diziam os outros, os bons, os óptimos, que eram necessárias reformas profundas e corajosas? Que, de resto, eles próprios não fizeram, alegadamente por não terem tido tempo, por se terem esquecido, porque tinham coisas muito mais importantes para fazer. Claro que reformas, sim; mas com conta, peso e medida. E, sobretudo, nunca à bruta, como o gajo está a fazer. Ditatorialmente, é o que é, repetem e repisam.

Perdão, mas quando os senhores ou os vossos amigos, ou os vossos patrões estavam no Poder, com partido único, censura e polícia política vivia-se em democracia? Fruía-se da Liberdade? E a resposta na ponta da língua: Saudosistas nós? Estas respostas a questões com outra questão são um óptimo sintoma e um excelente caminho para quem diz cortar a direito e afirma recusar as sinuosidades.

E por aí fora. Já houve rusgas a jornais – que não sabem usar da dita liberdade de informação. Parece tudo encaminhado – e bem – para que a ordem, o respeito e o sossego voltem a reinar. Isto porque agora quem anda a reinar connosco, pessoas de bem e portugueses impolutos, é essa corja. Bem dizia quem já lá está à Direita… de Deus Pai, Todo-Poderoso, que os políticos deviam ser proibidos, ou, até, eliminados da face da terra. Como se afirmava na Moscovo soviética, fuzilados provisoriamente.

Corruptos, daninhos, irresponsáveis, impreparados, alguns mesmo miúdos que acabaram de largar os cueiros, são uma cáfila. Piores do que os dirigentes dos clubes. Aliás, o futebol também está pelas ruas da amargura. O nosso Eusébio esteve sempre cá, orgulhosamente (só?). E quem não era do Benfica não era bom chefe de família. Parece agora que os encarnados querem voltar aos êxitos dos anos 60. O bom filho à casa volta.

Adiante. Voltando acima ao começo deste escrito. Lisboa está cada vez mais perigosa. Refiro-me ao trânsito. Pois é, estou a ouvi-los, tudo aquilo que funcionava direitinho, até sinaleiros pretos tivemos na altura da Exposição do Mundo Português, foi-se. Acabaram com o Natal do Sinaleiro, vejam lá. Antes, nos bons tempos, quando se via uma placa encarnada – acentua-se, encarnada – com um traço branco sabia-se que era proibido… circular.

Hoje, ninguém se rala com isso. Os condutores são abusadores impiedosos, homicidas ao volante, sempre na mira de terem os peões no ponto de mira. Os peões são uns saloios, chegam a atravessar nas passadeiras. Assim, não há rigor, não há decência, não há compostura, nada se faz a bem da Nação. Esta, tal como o trânsito, abastarda-se. Que saudades.

Mas, você que redige este papelucho tem de explicar o porquê de um tal perigo. São os autocarros da Carris, sempre atrasados? São os taxistas sempre desleixados? São os carteiristas do Metro sempre atarefados? São estes, aqueles e aqueloutros?

Se me permitem, excelentíssimos senhores, é por causa dos anúncios que têm vindo a proliferar na via pública. Nas paragens, nas paredes, nos placares, uma vergonha. Só mulheres despidas – ou quase. Desavergonhadas! Anúncios de peças de roupa intimas. Cada vez mais reduzidas, para não dizer inexistentes. Anúncios de filmes verdadeira e infelizmente pornográficos. Anúncios de pastilhas elásticas, cuja conotação pecaminosa e sensual é evidente. E, pasme-se, até de filmes com cowboys larilas, e concorrentes aos Óscares.

É o desbragamento total. Já não há valores, já não há moral, já não há, sequer, tino. Lisboa é realmente uma cidade perigosíssima. E o resto do País, também. Bardinos!

Antunes Ferreira

sexta-feira, março 10, 2006


Um país feijão-frade



O jornal «A Bola» publicou na sua última edição um curioso estudo de que me permito aqui transcrever uns excertos. Trata-se de uma comparação bem interessante, assinada por Hugo Vasconcelos entre os índices desgraçadamente negativos deste Portugalzito de trazer por casa com os resultados internacionais dos clubes lusos.

O antigo Condado Portucalense é o país da Europa a 15 – pois os dez novos membros não foram contabilizados estatisticamente pelo Eurostat – com menor rendimento interno bruto per capita; com a maior diferença entre os 20 por cento mais ricos da população e os 20 por cento mais pobres; com mais gente no limiar da pobreza; com menor taxa de produtividade e com mais jovens a deixar o ensino antes de terminada a escolaridade obrigatória.
Quer isto dizer: somos, realmente, o cu da União Europeia. E, pelo andar da carruagem, parece que isso não nos faz grande mossa...

Bem ao contrário, no concernente às futeboladas regista o jornalista que nas últimas quatro épocas, houve quatro países que conseguiram ter pelo menos uma equipa nos quartos-de-final de uma das competições europeias. Juntamente com a Espanha, a Inglaterra e a Itália – foi Portugal. Por incrível que pareça nem a França nem a Alemanha conseguiram isso.

Mas, pasme-se. Só um país esteve representado em finais europeias nas três últimas épocas. Portugal. 2003. Porto ganhou a Taça UEFA. 2004. O mesmo Porto ganhou a Liga dos Campeões. 2005. O Sporting perdeu a final da Taça EUFA. Mas, como diria o Senhor de La Palice... esteve lá. No Alvalade Séc. XXI.

Teremos, assim, um país feijão-frade? Ou, de tão estranho, nem leguminoso nem religioso? Ou, ainda, antes assim do que pelo contrário? Ou, assim, das duas, três? Ou, acentuando, um país Jeckill/Hyde?

Os mais bem intencionados podem refugiar-se nos calinos duas faces da mesma moeda, no antes de o ser já o era, nos brandos costumes que tudo aceitam, tudo admitem. Somos assim, conformados e esperamos talvez demasiado da Senhora de Fátima. Temos um clima excelente – alto lá, tínhamos – e feriados em número apreciável. E pontes.

Apetece-me dizer que somos um povo de caca. Gestas? Quais? Onde? Quando? Como? Aljubarrota? O Nuno Álvares Pereira ou a padeira? Os Descobrimentos? Vasco da Gama ou os escravos negros? 1640? Defenestrado o João Pinto Ribeiro ou o Miguel de Vasconcelos? O António Damásio ou o Herman? O Mourinho ou o Paulinho Santos? Que raio de terra, de gente, de país somos nós!...

O Povo afirma, zombeteiro, que os lusos são pobretes, mas alegretes. Às abissais desigualdades, às crónicas incapacidades, às desgraçadas auto-demissões, a tudo isso e mais ainda, contrapomos o nosso desenrascanço. E vamos vivendo, minúsculos, as nossas frustrações e, sobretudo, as nossas invejas micrométricas. Do Egas Moniz, dos Madre-Deus, da Amália, do Eusébio, do Manuel José. Do Saramago, não, que o gajo é comunista.

Chamem-me o que bem entenderem. A Liberdade também é isso, a Democracia também passa por aí. Ou deviam – mas isso são já outros quinhentos mil euros e 18 cêntimos. Pessimista. Derrotista. Traidor. Renegado. E mais. Desonesto, ladrão, videirinho, intriguista, mentiroso – isso não. Façam-me esse favor.

Pois então fiquemo-nos por aqui. Nem a sorte madrasta que traz o Barcelona à Luz, nem os treinadores holandeses, nem o Apito Dourado, nem a Associação dos Dirigentes Honestos (que ainda não existe no papel, mas já vive perfeitamente) podem fazer com que abdiquemos da nossa realização futeboleira. Nunca. Valha-nos isso.

Antunes Ferreira



sexta-feira, março 03, 2006

ESTÓRIAS

Que dia de anos


Esta estorinha é absoluta e totalmente verdadeira. Os seus personagens, aqui com denominações obviamente fictícias, são reais, palpáveis, tácteis e cheiinhas de saúde e vida. Não se trata, portanto, de aqui se alertar, como em ficção acontece, para o facto do enredo ser inventado, que os nomes também e que a criação (que não de capoeira) não tem nadinha a ver com acontecimentos reais. Estamos, assim, entendidos? Creio que sim.

Na vida dos casais há momentos de aflição os mais diversos e em situações elas também mais obnóxias. Entre marido e mulher não metas a colher, diz a sabedoria milenar/popular e com carradas de razão. Isto é, para ser mais preciso: os arrufos matrimoniais são como os desentendimentos nos balneários futebolísticos. É lá dentro que eles se resolvem. Se transpirar alguma coisa para o exterior, está o caldo entornado.

Claro que os cônjuges antecederam e em muito os futebolistas. Uns e outros podem fazer espectáculos. No que toca aos segundos, é para isso que eles agora são pagos. Não só, como é evidente, mas em grandíssima percentagem. A anos-luz vai o tempo do amor à camisola. Vejamos agora o que se passa com os primeiros. Darem espectáculos, nem pó. Apesar da libertinagem, a que alguns chamam incorrectamente liberdade, do vale tudo e do não puritanismo, ainda há que ter maneiras...

Já vejo, não tão ao longe como isso tudo, muita gente a comentar: «O gajo é um kota. Bué de antiquado, quase paleolítico. Vem agora com esta conversa para encher pneu. Melhor fazia se dedicasse o tempo que levou a botar este excremento (usa-se merda) a dar umas corridinhas à beira Tejo. Gordo como está, o alifante devia ter vergonha nas fuças e deixar-se de calinadas».

Muito bem. Apesar das rusgas que por aí se verificam, apesar das discussões estranhas a propósito dos tais cartoons, apesar das sessões lamentáveis/parlamentares, ainda não me encolhi o suficiente para, desta sorte, nem sequer pôr os pauzinhos ao sol. Mas há limites para a estupidez, a tacanhez e bestuntos encardidos. Delito de opinião – nunca. Já bastou o que se passou e passou. Se calhar não, mas...

Posto isto, voltemos à estorinha. Um casal modelo, como manda a santa madre Igreja, cumpridor, amantíssimo, temente a Deus como lhe competia, com fornicações apontadas à legítima procriação (fora disso era pecado e justificadamente) e controladas para que um eventual excesso não viesse à luz do quotidiano, era seu hábito e prática. De dia, porque à noite, só com uma iluminação pública à maneira.

Ora um fatídico dia em que a esposa completava umas quantas mas não muitas primaveras, o caro metade chegou já com alguma tardança a casa e, ao mesmo tempo que depositava um ósculo casto na fronte da senhora, foi adiantado - «... e o que é que hoje temos para jantar»? A outra metade, cara, igualmente, resmoneou que só se fosse ele a comer, que ela não tinha vontade.

Tragédia à vista. Os fados estavam de viés, se não mesmo de costas voltadas para o senhor em causa. Por incrível que pareça e apesar da juventude matrimonial, ele estava completamente esquecido que, nesse dia, exactamente, era o aniversário dela. Shakespeare nunca traçaria um tal quadro, Betovhen jamais escreveria uma só clave de sol de uma tal sinfonia absolutamente incompleta.

Incauto, o marido, face à cara de pau da digníssima, onde nem uma leve aragem de alegria muito menos uma sombra de sorriso se desenhavam, avançou com o clássico e calino - Ó filha, parece-me que estás mal disposta. Não gosto nada de ter ver assim de cenho franzido e carrancudo. O que é que tu tens, minha querida»?

E ela, numa voz mais gelado do que o iceberg fatal do Titanic: - O que é que tenho? Um dia mais do que ontem!...

Caiu o céu na cabeça do nosso senhor. Quem disso se receava eram o Axterix, o Obelix e os outros irredutíveis gauleses. Porém, ainda que muito tardiamente, fez-se luz no cerebelo dele. Não fez mais qualquer comentário. E, no dia seguinte, foi a correr comprar a primeira coisa que se assemelhasse a uma prenda de anos significativa e à tarde, entregou-lha, dizendo que, no dia anterior, do que ele se esqueça fora do dito presente na sua secretária de trabalho. Quanto ao resto – nada.

Ela sorriu. E ele nunca se decidiu a confessar a si próprio se tinha sido de condescendência – ou de pena. Lá bem no fundo do seu fundo, ainda hoje vegeta a interrogação: de desprezo? Vá lá entender as mulheres.
Antunes Ferreira