sexta-feira, setembro 26, 2008

NOVO CONCURSO

INICIATIVA SORUMBÁTICO + TRAVESSA DO FERREIRA

Medir um livro

O Travessa do Ferreira, mais uma vez em colaboração com o Sorumbático (http://sorumbatico.blogspot.com), oferece um exemplar deste livro ao leitor que, até às 24 horas do próximo dia 2 de Outubro (quarta-feira) der a resposta que mais se aproxime da correcta à seguinte pergunta:

«Somando a altura do livro com a sua largura, que número se obtém (em milímetros)?»

Boa sorte!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!






NOTA - De novo o aviso: cada concorrente pode fazer duas tentativas. Não serão consideradas válidas respostas de anónimos.



Medir un libro

Una vez más Travessa do Ferreiro, con la colaboración de Sorumbático (http://sorumbatico.blogspot.com) regala un ejemplar de este libro al lector que, hasta las 24:00 del 2 de octubre (miércoles) poste una respuesta que se aproxime más de la correcta a la pregunta siguiente:

¿Sumando la longitud del libro con la anchura, cual es el resultado que se obtiene (en milímetros)?

Buena suerte!!!!!!

NOTA - De nuevo: cada uno de los concursantes puede hacer dos tentativas. Por supuesto, no serán consideradas validas las respuestas de anónimos.

quarta-feira, setembro 24, 2008




Há dias em que

Antunes Ferreira
Manuela fechou, pensativamente, o livro, depois de assinalar o local de intervalo na leitura com o marca páginas. Curioso: era publicidade de um laboratório de produtos farmacêuticos, a cartolina num azul forte e polido, os comprimidos revestidos branqueando, o nome em times bold a negro e o faz bem a em verdana itálico e vermelho. Chamativo.

Levantou-se, e iniciou o seu percurso de fuga e retirada, como dizia o avô Geraldo. Caminhou de vagar, como se estivesse numa nuvem celestial de algodão branco contemplando o Filho. Não, o dela, obviamente, mas o outro, de Maria. E, naturalmente, de harpa melodicamente empunhada. Sorriu-se interiormente, sabia lá, a nível do ventrículo esquerdo, que nisto de teclados da parte de dentro, nunca se localizavam com grande precisão. Quem sabe? Talvez com o sextante adaptado pelo Gago Coutinho, pelos idos de 1919, se bem se lembrava. A sôtora Miquelina, no Maria Amália, até lera um texto escrito pelo próprio inventor, em que se referia ao horizonte artificial ou algo assim.

Saindo do jardim, virou à direita, a caminho da Calçada da Estrela. No passeio, um cego tocava desesperadamente um violino. Pelos arquejos do pobre instrumento, devia ter uma corda só. Mas o artista não desanimava. Prosseguia arranhando sons e decibéis, como se de São Carlos se tratasse – com vestido comprido, obviamente.


Parou e deitou um euro na caixa dele. Pensava que já não havia coisas destas, mas a realidade desafinadíssima provava o contrário. Prosseguiu, enquanto desnovelava o emaranhado que fervia nos lobos cerebrais. Pois era, a vida madrasta não dava ponto sem nó. E não se contentava com chips, downloads, iPods e por aí fora. Ainda precisava das notas espúrias de violinos desdentados.

Atravessou na passadeira para os peões, como boa cidadã imbuída do mais apurado senso cívico. Um táxi passou-lhe um rente quase secante. Tal gente não se apiedava nem quando visse a respectiva mãe a vender pó branco na Maria Pia. Conduzir um carro a verde e preto (que piada, tinham voltado aos velhos tempos e às idosas cores) seria sinal de impunidade? A ser assim, não haveria zebra que resistisse.

Foi tudo muito rápido. Primeiro, descortinou o avô Geraldo, entre outros passantes que estavam plantados no passeio, cigarrito pendurado na beiça, no café era proibido fumar e a ASAE, cuidado. O velho, direito que nem um fuso, jornal debaixo do braço, também a viu. Vinha no outro lado da rua, em passo marcado, coronel na reforma era sempre e sempre seria militar.
Depois, guinou à esquerda, em direcção a ela, a face aberta de satisfação, quiçá mesmo de alegria e pôs um pé no empedrado remendado de asfalto. Avançou. O camião de uma cervejeira nem travou. Bateu-lhe, atirou-o ao chão e passou-lhe por cima.


Manuela não quis acreditar. Mas, as formigas humanas num ápice rodearam o velho esmagado, o diário empapando-se em sangue acabado de verter. O condutor descera da viatura, ai a minha sorte, há dias fodidos, em que nem se pode sair de casa, o sacana do velho bem podia ter olhado. Ó amigo, não se chateie. Não teve culpa nenhuma, nunca ia adivinhar que o cota fazia uma alarvidade assim.

E outro, o gajo ia a olhar todo lampeiro para aquela tipa, tão embeiçado que nem via mais nada. Podia ter sido pior, se você se tivesse descontrolado e tivesse ido para cima de mais gente, com o pessoal que por aqui vai era uma tragédia. Uma hetacombe, anexou um cavalheiro já de certa idade, com ares de professor primário reformado. E o primeiro, hecatombe, se não se importa.

A mim tanto se me dá, não me aquenta nem me arrefenta. Que se lixe essa merda qualquer coisa em ombe. Voltaram-se para Manuela. A senhora viu? Ele pareceu-me que ia a deitar-lhe o olho malandreco... Amarrotada: é o meu avô Geraldo. Era, corrigiu o de óculos e talvez docente retirado. Se fosse catedrático, jubilado.

terça-feira, setembro 23, 2008

PoiZé


Cá está o novo boneco do Zé Oliveira. Reparem só, por favor, no pormenor delicioso do título do jornal que o primeiro senhor está a ler. PoiZé...






NA ROTA DO CALENDÁRIO


Setembro, se bem me lembro...

Maria Lúcia Garcia Marques
...era
o tempo doce das compotas. De figo, de abóbora com amêndoa, de tomate com pau de canela, cravo-de-cabecinha e um toque de hortelã... E da marmelada e sua “filha” geleia. Feitas em casa. Naquela espécie de cerimónia alquímica em que se reuniam as mulheres da família, oficiando na cozinha quase conventual, em pacientes e ritualizados gestos e tarefas, que se sucediam ordenadamente como passos de uma dulcificada via-sacra...




Aos meus olhos meninos, obrigada que estava a uma distância cautelosa, por força do calor dos fogões (ainda a lenha) e das caldas ferventes que se transmutavam em lavas olorosas, os utensílios manipulados afiguravam-se-me mágicos e seculares, saídos das páginas dos velhos contos de feitiços e mezinhas milagrosas. Eram os tachos de cobre, os passadores de rede, as colheres de pau, os raladores de cascas e frutos secos e, na sua domesticada agressividade, as facas e os garfos. Meus olhos espantados, ao nível do tampo da mesa enorme, folheado a zinco, comungavam desta celebração, um pouco como a descreve Fiama Hasse Pais Brandão na sua auto-biografia “Sob o Olhar de Medeia”:



Os marmelos provocavam uma das raras celebrações caseiras que Marta amava, porque reunia a mãe, a criada antiga e ela, em torno da peneira e da calda de marmelo. (...) A mãe e a criada, numa manhã de Setembro, preparavam os dois grandes alguidares que colocavam sobre dois bancos. Enquanto a criada descascava os frutos e tirava as pevides, que dariam a geleia, a mãe fazia uma calda espessa de açúcar, à qual se juntaria a polpa das gamboas, cozida e passada pela peneira de crina. Marta prezava esses objectos antigos, com muitos séculos de uso: um aro de madeira afeiçoada, um tecido entrecruzado de fios de crinas, séculos e séculos, em que os homens haviam repousado nas suas tarefas, pedindo o constante auxílio das plantas e animais. (...) Aquele objecto caseiro e de celebração – a peneira de crina – acompanhou gerações e ainda hoje suscita o desejo de uso, o mais belo desejo em relação a uma coisa.



Marta ampara a peneira, enquanto a Maria trabalha. Maria com a palma da mão, tão lisa como a madeira do aro, esmagava os quartos cozidos da fruta com uma cadência singular: dois tempos breves e um longo, seguidos de pausa, e balançava os ombros como se dançasse. Dançava, deveras, recordou Marta: com o tronco flectido, os braços dobrados em dois ângulos diferentes, as mãos regulavam o compasso, e mesmo os pés executavam passos mínimos alternados... Marta amparava a peneira lateralmente, fascinada por poder participar nessa celebração
.


E depois, em minha casa, era a fascinação de ver encher as tigelas de faiança antiga com a pasta finíssima da marmelada que logo adquiria uma nata vidrada que apetecia tocar com um dedo guloso e ladrão...


E mais tarde, eram os boiões da geleia, que, alinhados a contraluz sobre a mesa pareciam gigantescas pedras preciosas, brilhando na transparência das suas colorações afogueadas, entre o oiro velho, o ruivo e a cor de vinho (consoante o ponto do açúcar e a maturação dos frutos).
Era o fascínio total: com solenidade, inspirava profundamente aquele odor acre que me entontecia um pouco mas me investia naquela atmosfera de ancestral domesticidade e feminino magistério.


E é ainda esse perfume que me traz à memória a breve cena que hoje relembro religiosamente e marcou a minha infância. Foi quando a Carlota (a nossa Maria daquela época) passando um olhar pela mesa da cozinha onde se alinhavam as tigelas e os boiões brilhando na luz oblíqua do fim da tarde, comentou para a mãe, entre cansada e aliviada:
- Bendito seja Deus, mãe, que este ano saiu-nos tudo bem...
- Bendito seja, filha!


E, curvando-se para mim, que ferrada ao bordo da mesa me maravilhava, perguntou:
- E a menina, sabe dizer o “Bendito”?


O que quer que isso fosse, eu não sabia. Então ela, pausada e maternal, foi recitando para mim os versículos da sua grata crença que mais tarde recuperei e guardei para as coisas boas da vida:





Bendita seja a luz do dia
Bendito seja Quem a cria e deu à noite o seu luar
Bendito pelas ondas do mar e pela terra do chão
Bendito pelo trigo do pão e pelo vinho da uva
Bendito pelo sol e pela chuva
Pela água da fonte e pela erva do monte
Bendito pela lã da ovelha
Pela lenha das brasas e pela telha das casas.
Bendito pelo fogo da luz seja o Senhor Jesus
Que está no altar da Igreja mesmo que a vista O não veja.
E a Virgem Santa Maria, sua Mãe e nossa guia
Seja bendita também.
Ela nos dê um bom dia
Nos assista e nos conforte
Nos dê graça e nos dê luz
Ora e sempre
Amen Jesus.

domingo, setembro 21, 2008

Agora, a sério

Comunas e burguesia

Antunes Ferreira
Pronto. O presidente do governo madeirense afirmou ontem no Funchal que Portugal está a viver «em cima de uma panela de pressão». E disse mais. De acordo, ainda, com a Comunicação Social, Alberto João Jardim acentuou: «Isto tudo é de uma grande irresponsabilidade», tendo considerado como sendo facto «insólito em qualquer democracia europeia», que em Portugal as sondagens recentemente publicadas indicarem que há

«uma intenção de voto de 20 por cento nas organizações comunistas todas somadas». O que, para ele, Jardim, «é impensável em qualquer país da União Europeia». Assim, disse ainda «um em cada cinco eleitores está disposto a votar no partido comunista».

O governante madeirense opinou também que enquanto se assiste a este cenário «a burguesia portuguesa, com a sua tradicional incultura, acha que está tudo bem, que os direitos sociais dos trabalhadores podem continuar a ser violados, porque o que interessa é ganhar dinheiro e que o mercado continue a funcionar selvaticamente».



Acrescentou ainda que «há um fenómeno muito desagradável em Portugal: os partidos políticos fecharam-se como que numa concha, tornando-se em centros de interesses individuais e de grupo, tornando-se mais em lobbies do que representantes do sentir da Nação portuguesa».
Ora toma. Quem havia de dizer? A riqueza do pensamento político-cultural do Senhor da Madeira é, realmente, ofuscante. E a sua coerência, espantosa. Se não, veja-se: em Portugal ocorre o «impensável» na UE: um em cada cinco eleitores está disposto a votar no PC; mas, por outro lado, a inculta burguesia portuguesa vai violando os direitos sociais dos trabalhadores, num mercado a funcionar selvaticamente.

Não fosse já conhecido o discurso habitual do líder regional – e as gentes pasmavam. Claro, cidadão ignaros, ralé, arraia miúda, diria o Fernão Lopes, tinham de aprender com as tiradas sapientes e profundas do Dr. Alberto João. E não apenas os da Região Autónoma. Todos. O povo, que já não é quem mais ordena, agora tem de ser quem mais aprende. Com o grande dirigente. Ao pé do qual o finado Kim il-Sung não passava de um aprendiz de feiticeiro. Jardim, neste contexto, deixa, por exemplo, Arnaldo Matos – lembram-se dele? - a quilómetros-luz de distância.


AJJ é um fenómeno. Indiscutivelmente. Capaz de afirmar aos berros e de dedo em riste, o que raríssimos Portugueses (para não dizer fundamentalisticamente nenhuns) conseguiriam sequer sussurrar. Não se vá mais longe: entre ele e Hugo Chavez, neste particular, venha o diabo e escolha. As suas diatribes, bastas vezes a roçar a inconveniência e, até, a má educação, ressoam pelo nosso País inteiro. Uma tal truculência virulenta pede meças ao mais pintado. E, parece que muitíssima gente tem medo dele. Veja-se Jaime Gama, veja-se até Cavaco Silva que, anote-se, é o Presidente…, mas só da República.

No mesmo saco: os comunistas e a burguesia que se cuidem. O verdadeiro grande educador está um luta. Atenção, seus filhos da p…romiscuidade política mais abjecta. Que seria da Madeira sem Jardim? Ora essa: que seria de todos nós os Portugueses sem Jardim? Que seria de Portugal? Viver sobre uma panela de pressão é incómodo, perigoso, fatal. Mas, sosseguem, gentes: temos quem nos salve.

(Como sempre também publicado no http://www.sorumbatico.blogspot.com/ e noutros)

quinta-feira, setembro 18, 2008





Repor a Verdade

Tendo a Insolentíssima Senhora Dona Ana/ónima Salina publicado neste blogue uma torpeza
i-n-q-u-a-l-i-f-i-c-á-v-e-l (a propósito de um suposto aniversário) e no intuito de repor a Verdade, vem o signatário informar, para esclarecimento da atoarda propalada, que:

a) Não é dito cujo Chefe de quem-quer-que-seja, muito menos desta emula da Lucrécia Borges. Terá sido, quiçá. Quem sabe? Vidas.

b) É vergonhosamente falso o que insinua a supracitada Salinas, sem s. A ser que no próximo Sábado, dia 20, ou seja, depois de amanhã, se viesse a verificar uma tal ocorrência, aqui se declara que o alegado Chefe faria apenas 274 tristonos Otounhos.

E, por ser verdade, verdadinha, aqui fica exarado o repoimento, perdão, o depoimento que está conforme com a legislação aplicável e em vigor. Assim seja.

NE – Mas, pelo sim, pelo não, gifts are welcome. Baibai
NA COZINHA É UM DESCANSO


Frango com whisky

Antunes Ferreira (com a ideia do Maia Figueiredo)
Há por aí tanta malta que se considera como sabendo cozinhar, que é um vê-se-te-avias. De tal maneira que já propus às entidades competentes a reformulação do ditado clássico «De médico e louco todos temos um pouco», para «De cozinheiro, treinador de futebol e mouco todos temos um pouco». E ainda tenho dúvidas sobre se deva acrescentar (ou não) elementos como político/mentiroso, arrivista, pseudo-desenrascado, golpista e falcatrueiro. Continuo a congeminar.

Não desfazendo, eu cá sou um cozinheiro insolente, i.e., excelente. Não é que me gabe, mas é a pura verdade. E quem diz a verdade não merece castigo. E a verdade é como o azeite: vem sempre ao cimo da água. E, por azeite…



Aqui vos deixo esta receita, magnífica, de lamber os dedos. Eu próprio já a fiz em casa e deu super certo... É porreira para ser feita todos os dias, mas, em festivos, é óptima. Aqui vai – e muito bom proveito.

Ingredientes:

- Uma garrafa de whisky (do bom claro!) Passe a publicidade, Bushmills, Cardhu, Monkeys de 20 anos, Old Parr, e quejandos;
- Um frango com mais ou menos um quilo e setecentos;
- Sal, pimenta, alho, piripiri e ervas de cheiro, a gosto;
- 150 ml de azeite virgem;
- E nozes diversas salgadas e picantes q.b.

Modo de preparar:

- Arranje o frango;
- Beba um copo de whisky;
- Barre o frango com uma massa composta de sal, pimenta, alho, piripiri e as ervas, previamente misturados em almofariz ou batedora;
- Junte o azeite.
- Beba outro copo de whisky.
- Pré-aqueça o forno durante cerca de dez minutos.
- Sirva-se de mais uma boa dose de whisky, enquanto aguarda; coma as nozes diversas como aperitivo.
- Coloque o frango numa assadeira grande.
- Sirva-se de mais duas doses de whisky.


- Axustar o terbostato na marca 3 , e debois de uns vinti binutos, botar para assassinar. Digo, assar o páxaro, hic.
- Emborcar uma doje de visque debois de beia hora, dispemxar as nojes, hic, e gontrolar a assadura do ganzo.
- Tentar zentar-ze duma gadeira, servir-se de ouuuuuuutra doje , hic, xufixientemente abundante de visque.
- Cozer(?), costurar(?), cozinhar, sei lá, que se liche, o vrango.
- Deixaaaar o filho da buta, hic, do bato no vorno por umas guatro horas.
- Tentar retirar o galo do vorno, hic. Não gueime as mãos, garago!
- Bandar mais uma boa doje de whisky pra dentro. De você, é claro.
- Tentar nogamente tirar, hic, o sacana do piru do vorno, porque na primeira , hic, teenndadiiiva dããão conxeguiuuuuuuu.
- Apanhar a merda da abe que gaiu no xoalho e enjugar o filho da buta com o bano do jão, hic, e cologá-lo numa pandexa ou qualquer outra borra, bois avinal você nem cosssssssssta muito dessa borra mesmo.

- Tá bronto. Bom probeito, hic.

Tenho de acradexer ao balandro do Baia Videirego esta, hic, noba contribuixão aqui para esta cacada de blóguio. Viz-lhe, à contribuixão, nunga ao Baia, umas alteraxõejitas, pra belhorar as coijas. Axim éké. Biba!



MAIS LIVROS


PARABÉNS PAULO COSTA
E JOÃO RODRIGUES!!!!!!!!!
Ora cá estamos.
Primeiro: o valor oficial (conforme a fotografia mostra) é de 312mm. Assim, o Júri não teve mais trabalho do que a ordenação dos valores propostos.
De entre tantos e tão bons palpites, o mais próximo foi 309mm, dado por Paulo Costa (primeiro) e por João Rodrigues (já quase ao fechar da loja) a que correspondem, portanto e respectivamente, o 1.º e 2.º prémios.

Pede-se então a ambos que, até às 24h de amanhã, sexta-feira (dia 19), escrevam para
sorumbatico@iol.pt indicando dois ou 3 três livros da sua preferência (de entre os já indicados), bem assim como morada para envio. O Paulo Costa receberá dois, e o João Rodrigues receberá um.
Podemos dizer - o Carlos Medina Ribeiro (o Einstein desta iniciativa) e eu, seu fiel companheiro, que nem chego aos calcanhares dele, nem chego para as encomendas - que estamos satisfeitíssimos e, óbvio, que isto não fica assim. Há mais…
Obrigado a todos!

segunda-feira, setembro 15, 2008




CONCURSO «MAIS LIVROS»
INFORMAÇÃO IMPORTANTE

Uma informação que se afigura MUITO IMPORTANTE:
No Mais Livros que termina, como se tem dito, às 24:00 de quarta-feira, 17 (depois de amanhã), é necessário que, naturalmente após sabidos os resultados, que aqui serão informados, os premiados contactem, de imediato, o Carlos Medina Ribeiro – sorumbatico@iol.pt. A data limite para esse contacto é: 24:00 de sexta-feira, 19. Sem falta. Se o não fizerem – perdem o direito aos prémios.
Tomem nota: os livros serão enviados aos vencedores através do correio e sem quaisquer custos de portes.

domingo, setembro 14, 2008

VIRA O DISCO E… TOCA O MESMO

Enquanto prossegue (e bem) o concurso Mais Livros – este textículo não impede que continuem a responder; podem e devem!!! – aqui fica um outro Vira o disco… Servirá para entreter ócios e, quiçá, propiciar aos leitores, um intervalo para também concorrerem.
Um pedido: por obséquio, se se rirem, não gargalhem muito fortemente, que podem desequilibrar a resma dos livros e… lá se vai o concurso. Forca, com ç!



Boas ovelhinhas

Antunes Ferreira
Abre
o pano. Cena única. O Senhor Bispo chegou à freguesia da Senhora do Ó, para uma visita pastoral. O pároco Felício aguardava-o. «Se Vossa Reverência quiser visitar a minha igrejinha…» «Ó padre, foi para isso que eu cá vim».
Por fora, branquinha caiada de fresco. Por dentro, um espanto. Mármores de Estremoz, púlpito barroco, turíbulo em prata lavrada. «Padre Felício, boa igrejinha, boa igrejinha, como diz»…

«Saiba Vossa Reverência que foram as minhas ovelhinhas que me fizeram este miminho. Algumas até deram trabalho nas obras e nos seus dias de descanso»… «Boas ovelhinhas por aqui tem, boas ovelhinhas!» «E a minha casinha?» «Pois vamos lá, padre». Uma vivenda de três pisos, piscina, court de ténis… «Boa casinha, boa casinha. E chama o padre a este monumento a sua casinha…» «Saiba Vossa Reverência que as minhas ove…» «Não diga mais… Boas ovelhinhas, boas ovelhinhas!»



«Se Vossa Reverência me quisesse dar o prazer de entrar, tenho aí um Porto de 1936…» «Padre, eu sou mais de uísque…» Pois que sim. Tinha um uísque de 25 anos, envelhecido em cascos d… «Pois, então, vamos a isso» Outro espanto, o interior, alcatifa de dez centímetros de pelo, um sujeito até corria o risco de se perder nela, cortinas de cambraia, televisor de alta definição… «Bons interiores, bons interiores!» «As minhas…» «Há-de mas apresentar, as suas ovelhinhas»…



Empregada do pároco, uns vinte e poucos torneadíssimos, com tudo nos respectivos lugares – e que lugares!!! -, vestido de preto a preceito, especial para a circunstância, avental branquinho, bandeja de prata, elegante e esbelta e um decote de não sei se te diga se te conte. Copos servidos, repetidos, «boas bebidas, boas bebidas, por certo ofertas das suas ovelhinhas…», a jovem escultura ajoelhou-se para beijar o anel bispal – e retirou-se. Sua Reverência esbugalhou os olhos, nem queria acreditar. Pelo decote em baixo, até se apercebera das fivelas dos sapatos da moçoila…

«Felício: Você tem uma boa empregada! Uma boa empregada! Uma boa empregada!» «Saiba Vossa Reverência que nunca lhe toquei num cabelo, juro por Cristo Nosso Senhor e sua Santa Mãe, nunca lhe toquei num cabelo». «Boa pontaria, Felício, boa pontaria. Boa pontaria!!!!!!»

Cai o pano e cai o ponto. Palmas. Muitas.