segunda-feira, fevereiro 05, 2007





NAS SELECÇÕES DO READER’S DIGEST

Rir é o Melhor Remédio

Antunes Ferreira
Sou leitor das Selecções do Reader’s Digest há mais de cinquenta anos. O meu Pai assinava-as e, recordo-me perfeitamente, a edição era brasileira, daí que usasse a nossa língua à maneira do outro lado do Atlântico. Com anúncios ao leite condensado Moça e tudo. Aprendi com ele a não saltar páginas, a ler tudo de enfiada.

Nunca deixei de o fazer. Acompanharam-me até hoje, quando já completei 65. Para a minha profissão de jornalista, elas representaram, representam e creio que representarão sempre uma mais valia que, mesmo o facto dos artigos que contêm serem obviamente conotados com a direita mais liberal, à boa maneira dos EUA, não me dissuadiram desse meu procedimento.

O Rir é o Melhor Remédio, como os Flagrantes da Vida Real, entre outras secções, melhor dizendo, entre todas, têm uma graça e um sabor muito especial. Com um abraço ao José Mendonça da Cruz, actual editor-chefe da revista, aqui me permito publicar umas anedotas deliciosas do Rir. Sem autorização prévia, pois sei que se lha pedisse…

No Parlamento

Um político prolongava infindavelmente a sua intervenção no Parlamento. Era um discurso oco, sem qualquer sentido, aparentemente apenas para fazer perder tempo. O Presidente da Assembleia já por diversas vezes avisara o Senhor Deputado para que abreviasse a retórica e que se deixasse de considerandos, entrando de vez no assunto. E o homem, nada. Não se contendo mais, o Presidente agarrou na primeira coisa que tinha à mão, um pesado tinteiro em estanho e atirou-o ao orador. Acontece.
Mas falhou e atingiu outro parlamentar na cabeça. Este, caiu no chão e quase todos se precipitaram para ele. Este, mesmo ferido, conseguiu ainda reunir forças e gritou: «Batam-me outra vez!!! Ainda consigo ouvi-lo!!!!!!!!!!!!!!!»

Perdido no deserto

Há três dias que um explorador se encontra perdido no meio do deserto. Já se lhe acabou a água do cantil. Está doido de sede e já caído na areia. De repente, ouve um «olá!». Levanta a cabeça e vê o que pensa ser uma estranhíssima miragem: um esquimó, num trenó, com os respectivos cães! Endoideceu, definitivamente. Mas, para sua surpresa, o trenó pára .
«Não faço a mínima ideia do que está a acontecer. Mas, felizmente que o amigo aparece. Há dias, nem sei já quantos, que ando perdido…» O esquimó, ofegante: «Você acha que está perdido? E então eu?????»

Na farmácia

Um cavalheiro entra numa farmácia com um ar preocupadíssimo e dirige-se de imediato ao farmacêutico: «Será que me pode ajudar? Parece-me que perdi a voz, mas, se calhar, é apenas impressão». E o farmacêutico: «Bom dia cavalheiro. Em que posso ser-lhe útil?»

Conversa de bar

Sentado ao balcão do bar, um sujeito afoga as mágoas em whisky, um após outro. De repente, entram dois esquilos e sentam-se ao lado dele. Atónito, o homem vê os esquilos pedirem bebidas e um prato de nozes salgadas, como aperitivo. Começam a conversar. O cidadão, absolutamente espantado, pergunta: «Onde é que vocês aprenderam a falar e tão correctamente». «Porra!» responde-lhe o esquilo que lhe está mais chegado. «Você está bêbado que nem um cacho! Eu sou o único esquilo que aqui está».

Endoideceu?

Uma Senhora de idade entra no consultório e começa a expor o seu problema ao jovem médico. Nem passaram dois minutos, e a velhinha sai a correr e aos berros. Um médico mais antigo e experiente, que já a conhece, aproxima-se dela, tenta acalmá-la e ela conta-lhe o sucedido. Sai, já mais tranquila e o médico sénior entra no consultório e diz ao colega novito: «Ouça lá, o que é que lhe deu? Endoideceu? Então o colega diz à Dona Laura, que tem 73 anos, quatro filhos e nove netos, que ela está grávida? Que mosca lhe mordeu?»
O novo, mesmo sem levantar o olhar para o outro: «Ela ainda está com soluços?»

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