
BARÓMETRO MARKTESTE
O PS reforça maioria
e Sócrates popularidade
Antunes Ferreira
A Comunicação Social dá hoje relevo aos resultados do Barómetro da Markteste para o DN e a TSF, do corrente mês. Escreve a este propósito a Jornalista Paula Sá no matutino da Avenida da Liberdade um artigo noticioso, do qual me permito transcrever alguns trechos. Desde já agradeço, quer à autora, quer ao jornal, onde já tive o prazer e a honra de trabalhar.
O dia 11 de Fevereiro, que deu a vitória ao "sim" no referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez ditou o ritmo do Barómetro da Marktest do corrente mês. Os socialistas, que se bateram pela alteração ao Código Penal no que diz respeito ao aborto, conseguem reforçar a maioria absoluta, passando dos 43% nas intenções de voto obtidas no primeiro mês do ano para os 47%, mais dois pontos do que obtiveram nas legislativas de 2005. Curiosamente, é o eleitorado masculino o mais rendido ao partido de José Sócrates, por comparação com o feminino.

O secretário-geral dos socialistas e primeiro-ministro - que foi considerado pelos opinion makers como o grande vencedor do referendo, devido ao seu empenho na causa - consegue mesmo a proeza de duplicar a subida do PS no índice de popularidade dos líderes, ao arrecadar mais oito pontos percentuais na consideração dos portugueses auscultados.
Ao invés, o PSD, que não teve uma posição oficial neste combate político, embora o seu líder acabasse por fazer campanha pelo "não", (…) desce um ponto percentual nas intenções de voto relativamente ao mês anterior, ao quedar-se nos 27%. Menos um ponto percentual do que o PSD conseguiu nas últimas legislativas.
O partido de Ribeiro e Castro (CDS/PP), que tinha vindo a subir inexplicavelmente nas intenções de voto desde o final do ano passado, (…) sofre agora uma queda relevante, ao passar dos 8% para os 5%. Neste caso, a descida poderá justificar-se pelo fenómeno de arrastamento do resultado da consulta popular e nunca por qualquer nova divisão interna. Tanto mais que Paulo Portas, que tem vindo a movimentar-se nos bastidores no sentido de avançar para a liderança do partido, também fez campanha, discreta é certo, pelo "não".
(…) O PCP e Bloco de Esquerda sofrem uma pequena oscilação. O primeiro ganha um ponto percentual (dos 9% para os 10%), o segundo desce esse mesmo ponto (dos 8% para os 7%). O que quer dizer que o empenho de Jerónimo de Sousa na campanha da consulta popular não trouxe grandes dividendos ao PCP. O líder comunista sofre mesmo um tombo no índice de popularidade.
(…) Pior resultado apresentam os bloquistas, que também se envolveram na campanha. Os tempos de antena do BE foram os mais assertivos na defesa da despenalização a bem da dignidade das mulheres. O eleitorado não parece ter reconhecido este esforço e o BE desce um ponto percentual relativamente ao Barómetro de Janeiro. Mas Francisco Louçã, que tem vindo a cair no índice de popularidade - em Janeiro descia três pontos no ranking de popularidade dos líderes e em Fevereiro volta a descer mais dois pontos -, ainda se mantém à tona, ou seja, num nível positivo de reconhecimento público.

«Sosseguem», portanto, os que dizem ser o governo socialista a maior desgraça que podia ter acontecido ao nosso País. Esses arautos do pessimismo podem – se o quiserem fazer – anotar estes resultados, ainda que lhes causem azia ou dores de cabeça, ainda que os abominem. Tantas vezes já o escrevi, mas repito-o sem qualquer pejo: os Portugueses, afinal, confiam no Executivo chefiado por José Sócrates e dar-lhe-iam até, se as eleições se realizassem agora, uma maioria absoluta mais… absoluta.
Não sou eu, por consequência, quem embandeira em arco – se assim acontece, são os cidadãos deste País. A quem os arautos da desgraça e os saudosistas de outras eras e outro regime auguravam a queda mais abissal. Os velhos do Restelo serão sempre assim: sentados, para não se cansarem muito, predizem, qual Profetiza de Delfos, as desgraças que descortinam quanto mais não seja no horizonte. Têm falhado.
Quer isto dizer que Portugal já atingiu um patamar de bater palmas? Só um tonto o faria. Eu, que não me considero completamente assim, registo os resultados e congratulo-me com eles. Não porque sou filiado e velho do Partido Socialista (N.º 1033…), mas porque desejo para o nosso Portugal as melhores e maiores felicidades.
Porque quero para os meus netos (os meus filhos são já crescidotes…) um País mais desenvolvido, onde o bem estar seja ambição concretizada, onde se viva com maior satisfação, onde se tenha orgulho de viver. E parece que vamos avançando no que concerne a esse desiderato. Passo a passo, devagarinho, mas aparentemente de forma sustentada. O que quer dizer que todos nós temos de acelerar. Milagres não existem. Trabalho, produtividade, qualificação, pertinácia são a chave do sucesso. Que temos direito a alcançar.
Por agora, fico-me por aqui. Os dados da Markteste são significativos. As sondagens e os inquéritos valem o que valem, mas, de qualquer forma, indiciam sempre qualquer coisa. Para os que gostam dos resultados um só pedido: continuem a seguir em frente e aumentem a velocidade. Para os que não gostam: não comam. Ponham na beirinha do prato. Estão no seu direito. Deles, obviamente.