sexta-feira, dezembro 01, 2006
Consulta telemóvica
Antunes Ferreira
Mister Gates, mais conhecido por Bill, é um homem das Arábias. Para alem de ser o fulano mais rico do Mundo e de dedicar à filantropia, não dá ponto sem nó. Esta da net e quejandos, não sendo propriamente uma criação dele, é um negócio, dele, incomensurável. A Microsoft, «dona» do sistema, dá a ganhar milhões de milhões ao seu patrão. Bem pode a UE tentar multá-la.
A rede que nos liga informaticamente tem capacidades de tal forma multifacetadas que, bastas vezes, nos deixam boquiabertos, muito piores do que o calino boi diante de um palácio. Não se tratando dos veneráveis (e duvidáveis) dogmas, esses sim obrigatórios para os crentes – muitas vezes perante as fogueiras da «Santa Inquisição»… - os insignificantes e iliteratos como eu pasmamos de tal maneira que apenas possibilitamos a entrada da mosca. Já que a asneira, essa,…
Desta feita aqui vos deixo um exemplo concreto que, aliás, se prende com essa universalidade da Internet. Acabava eu de escrever a minha vicissitude originária de Madrid, deu-me na veneta falar com a Olga Berens. Como sabem, nomeada (obviamente por mim) correspondente em Évora e arredores. Na sequência do escrito que também está aí abaixo. Que embora não seja de sua autoria, foi quem o remeteu pleno de interesse.
Do telefonema (juro que não me abalançava por caminhos ínvios a tentar uma consulta) resultou, para alem da conversa com uma tão boa Amiga, um desabafo à ilustre clínica. Estou assim, estou assado, o meu cardiologista, prof. José Carmona está fora, só volta no dia 11 e entretanto... E ela, num foguete, isso arranja-se, tenho um colega e amigo, uma excelente pessoa, que é precisamente cardiologista aí em Lisboa. Vou dar-lhe uma apitadela.
Bendita apitadela, socorro imediato para os meus «apitadelos pneumonais». Falo pelo telefone com o dito cujo, o Dr. António Ventosa, a quem roubei quase uma hora a contar-lhe o que me acontecera e que aqui também está registado em texto anteru~ior. O Senhor – uma paciência e uma gentileza. Pareceu-me que já nos conhecíamos desde o neolítico, no meu caso, é óbvio, que ele nem pensar nisso.
Atendeu as minhas interrogações, melhor dizendo, aturou-me com alguns sorrisos pelo meio da «consulta telemóvica» dado o meu costumado desbragamento do palato. E da língua. E dos lábios. E dos dentes. Mas disse o que devia fazer, reforçou a opinião da médica das Urgências de São José e aconselhou-me a consultar o prof. Carmona, quando ele voltasse. Pois que ele, Ventosa, com muita pena – a Olga é uma excelente colega e pessoa (eu já sabia) – mas tinha o seu tempo completamente ocupado. Além de lhe agradecer, fiquei a pensar na segunda circular pelas seis da tarde de sexta-feira. Isso é que é ocupado.
Foi assim. Mas não só. Aproveitei a deixa e meti o Dr. Ventosa na minha adress list, com o seu consentimento, claro. O coitado nem tugiu nem mugiu, creio que antevendo o imbroglio em que eu o metera. Mas, queria criar um circuito que só a net possibilitaria, uma cadeia de vontades, de amizade e de solidariedade. Estou, sem dúvida alguma, gratérrimo aos dois. Por isso aqui exaro a estória verdadeira e saudável, exceptuado o que me toca e tocou – nela.
Ainda pensei em expressar também a minha gratidão ao Mister Gates. Mas não o faço por duas razões: uma, eu não o conheço, muito menos ele a mim; outra, porque não sei quanto iria pagar pela utilização das auto-estradas informáticas pra a ele chegar. Só de portagens seria a bancarrota. Pior do que nas famigeradas ex-scuds.
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3 comentários:
Muitos parabens por voc^partilhar com os que o lêem as coisas boas que a vida ainda tem. Lembro o ditado árabe: os familiares, a gente tem; os amigos, a gente escolhe. Se mande prá frente Antunes Ferreira. Aqui no Brasil há quem lhe está seguindo atentamente. E gostando.
Eles estão todos combinados. É uma panelinha. Quem quiser que os compre. Médicos e jornalistas, que rico molho de bróclos. Deita-los ao Tejo, com muito chumbo. E o brasileiro que tem de meter-se nisto? Fica lá pelo Barsil e deixa-te de merdas!
Desejo as suas melhoras, de todo o coração. Preciso, julgo mesmo que todos precisamos do que escreve tão bem. Confiança. Deus não o abandonará. E felizmente o que parece ter não é grave, disse-me um amigo médico a quem contei o que se passou. Até à próxima
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