sábado, dezembro 16, 2006

NATALADAS


Pai – 2, Menino – 1

Antunes Ferreira
Peço desde já um subido obséquio da vossa parte: a «Dona» Catarina Salgado não tem nada a ver com estas linhas. E já que estou com a mão na massa, muito menos tem o Apito Doirado. Singular coincidência – mão na massa. Palavra que não passa disso mesmo. Torcem o nariz? Pois que o torçam, porque assuntos como estes dois últimos cheiram tão mal – mal? Péssimo – que não viriam emporcalhar estas honestas páginas. Presunção e água benta.

O título pode também indiciar que se passa algo no seio do Conselho de Administração celestial, vulgo Santíssima Trindade. Desminto. Não se trata desse pai, muito menos do filho dele, e o Banco Espírito Santo não é para aqui chamado. Nos tempos da antiga senhora, havia um dito publicitário que rezava: nada de confusões; ruas prós automóveis, passeios prós peões.

No entanto, e para actualizar tais congeminações, hoje há que dizer: nada de confusões; passeios prós automóveis, ruas para os peões. Assim é que está correcto. No caso vertente da capital, o Senhor Carmona que se desengome. Alto lá: não se refere o dinossauro marechal, cuja estatura de capinha viveu largos anos no Campo Grande, nem pó.

O citado é o actual «Presidente» da CML, o Rodrigues que começa a concitar em seu redor uma unanimidade, caso cada vez mais raro. E que respeita à sua qualificação como o pior chefe camarário da cidade ulissiponense, desde o tempo da conquista aos infiéis, obra do rei Afonso Henriques e que deu notoriedade ao Martim Moniz.

Pelas ruas da amargura

Mau. O da porta, está visto, o que deu o nome à praça, que está cada vez mais desacreditada, pois a singularidade da fauna que a povoa está, também, cada vez mais pelas ruas da amargura. Idiossincrasias. O local, verdadeira antecâmara (não escrevi anti Câmara, acentuo) do Intendente que lhe fica um tanto mais acima, à direita de quem sobe, é sobejamente conhecido e dispensa mais quaisquer comentários.

Não tem nada a ver com o Moniz que é mais TVI e Manuela. Nem com o share. Óbvio. Peço, portanto que façam o obséquio de não encontrar aqui qualquer desfasamento secular, muito menos ferrabódó histórico, daqueles que, nem com a famigerada advertência «organizem-se!!!», são destrinçáveis, mesmo seguindo o salutar exemplo do nó górdio.

Basta de paleio prolegómenico para encher pneus. Vá o escriba ao cerne da questão, de caras, nunca de cernelha. Ainda se fora no renovadíssimo Campo Pequeno, passava. Porem, não é o caso. Um aparte: gosto desta adversativa, muito mais do que o prosaico mas, ou o insidioso todavia, ou o calino não só, muito menos o prosaico mas também.

Vejamos. O resultado que se pode ler no título não tem nada que o relacione com o que está até aqui escrito. E então? Que sacana de brincadeira é esta? Menos galhofa e mais resultados. A falta de produtividade é uma pecha dos lusos. E se ainda restam uns quantos que trabalham e vêem o seu fruto, a esmagadora maioria diz que trabalha que se desunha e, quanto a fruto, são mais maçã reineta.

Pinhões e árbitros

Como assim? Vem ou não vem a elucidação sobre a parangona? É pra já. De mais, estamos em plenas festas, amêndoas, nozes e avelãs, passas de uva, até mesmo umas alcagoitas. Pinhão já era, está caríssimo, sobretudo no Canal Caveira. Enquanto foi encarecendo – e dada a especial situação e frequência do poiso à beira da estrada – foram os árbitros embaratecendo-se. Donde, o Santana é que sabia da poda. Pelos vistos – já não.

Estes juízes com apito, esclareça-se, também não têm nenhum hífen com o tema. Outro tanto se pode dizer dos da toga, aliás proibidos recentemente de se meterem em tais futebois. Mas, ressalve-se que a lista única para a FPF, ainda que tenha como mandatário nacional o Senhor Luiz Felipe Scolari, pode incluir para efeitos jurídicos e disciplinares três indigitados no supracitado Doirado.

As festas desejam-se boas, assim como próspero se almeja para o ano novo. Os cartões com sinos e coroas verdes com bagas vermelhas subsistem. Mas os virtuais, electronicamente informáticos estão mais na moda. Âpetudeite. Mandar os desejos da quadra ciberneticamente é naice. Mais dia, menos dia, ainda vamos recebê-los oriundos dos carteiros, de um que outro guarda-nocturno, eu sei lá.



Tudo visto, chego ao âmago da questão. Destaco dos respectivos onzes os seus capitães, braçadeira comprovante. No prélio natalício hodierno – também me apraz este vocábulo, ao invés de quotidiano que, ainda por cima, rima com piano – raros são os putos que pensam que é o Menino o portador das prendas. De resto, as palhinhas já deram o que tinham a dar. E as manjedouras, em vias de extinção. Para uns, não para outros. Logo: Menino – 1 (e já vai com sorte).



Outros, tibios, ingénuos, ainda uns quantos, estão mais inclinados para que seja o Pai, obviamente Natal. O vermelho, a barriga, o barrete são características no Mundo de hoje. Já as chaminés, enfim. Renas só mais para o Norte, exceptuando o senhor Rio, Rui, as Astúrias e assim, Finlândia & Irmãos, Limitada. Mas saco bojudo, esse, é impossível. Ou estamos em crise – ou não estamos, como diria o Senhor Paulo Bento. Daí que: Pai – 2 (por enquanto).

Quem quiser que acredite. Na estória e no Pai Natal. E, já agora, no coelhinho da Páscoa.

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