quarta-feira, abril 12, 2006

Nu tícias


Esta é uma história inqualificável. Ponto final. O travessadoferreira.blogspot com tem de a registar. Por todos os motivos – e mais um. Os Bórgias passaram; o cardeal Richelieu passou; o Mussolini passou; o Franco passou; o Estaline passou; o Hitler passou; o Ku Klux Klan passou; até o Salazar passou.

Estes novos ditardorzitos rastejantes que por aí proliferam já passaram. Por vezes ainda vêm ao de cima da merda em que se auto-enterraram, com a veleidade de saírem do lúmpen que são. Para arrotarem postas de pescada. Com bocas escancaradas onde nem sequer as moscas varejeiras se arriscam a entrar por mor do fedor inquinado.

Aqui fica a transcrição dessa pulhice, tal como o meu caríssimo Oscar Mascarenhas ma transmitiu. Porra, Amigos! Há quem não saiba que o 25 de Abril aconteceu real e verdadeiramente. Mais precisamente em 1974.




CT da Lusa questiona trabalho de Oscar Mascarenhas
Maria José Oliveira
Jornalista apresenta "propostas" para livro de estilo e até hoje não assinou qualquer trabalho jornalístico
A situação laboral de Oscar Mascarenhas na agência Lusa foi questionada pela comissão de trabalhadores (CT), num comunicado do dia 16 de Março, por aquele jornalista ter sido contratado em 2003 para, entre outras tarefas, prestar apoio na elaboração de um livro de estilo que "tem tido anúncios sucessivos, sem resultados correspondentes ou explicações para esta ausência".
Os trabalhadores apontam que num rol de "movimentos de pessoal polémicos" destaca-se "a contratação de um jornalista [Mascarenhas] para assessorar a administração, função que a pessoa acumulou com a presidência do conselho deontológico do Sindicato dos Jornalistas, tendo regressado à função jornalística clássica após a mudança de administrador [substituição de Luís Delgado por José Manuel Barroso]".
Mascarenhas começou a trabalhar na Lusa em Julho de 2003, a convite de Delgado, então administrador-executivo da agência, tendo acumulado esse cargo com a presidência do CD até Dezembro de 2004.
Como nota a CT, o antigo redactor do Diário de Notícias e ex-editor do Jornal do Fundão foi contratado para assessorar Delgado num "conjunto de tarefas" que incluíam a formação deontológica dos jornalistas da agência noticiosa e "renovação permanente do livro de estilo".
No I Encontro de Quadros da Lusa (2004) foi dada a garantia de que Mascarenhas apresentaria "um livro de estilo renovado" até ao fim desse ano. O anúncio não passou disso mesmo e em Outubro do ano passado, já sob a administração de José Manuel Barroso, a direcção de informação da Lusa divulgou que o jornalista iria deixar de assessorar o administrador para redigir trabalhos "escolhidos entre os de maior responsabilidade" e que exigissem uma "preparação mais cuidada e aprofundada". Foi-lhe atribuída a "categoria de redactor principal do Grupo I, Escalão 5" e um salário mensal de 3734,74 euros. O PÚBLICO apurou que, desde a sua contratação, o profissional não assinou qualquer trabalho jornalístico.
Considerando as questões suscitadas pela CT como "infelizes", Mascarenhas disse ao PÚBLICO desconhecer a data de conclusão do livro de estilo, frisando que está a "preparar propostas". "A única entidade representativa dos trabalhadores que não tem nada a ver com o livro de estilo é a CT. A lei não lhes concede legitimidade", acrescentou. Sobre a sua situação na Lusa, escusou-se a reagir: "Não me pronuncio sobre isso."

Resposta de um Jornalista
Talvez um dia me lembre de assinar um «trabalho jornalístico aprofundado, cuidado e de grande responsabilidade» sobre o que leva o jornal Público a fazer duas notícias, no espaço de três semanas, a partir de um mesmo comunicado da Comissão de Trabalhadores da Lusa. Calhou-me agora a mim estar na berlinda por causa da revisão do livro de estilo da agência. Uma jornalista do Público questionou-me sobre o assunto, vai para dez dias, em termos bastante respeitosos, tratando-me até, como julgo merecer, por «senhor». No entanto, no prolongado parto da notícia, a jornalista não encontrou espaço para publicar sequer o essencial do que eu lhe disse, por preferir, no seu inquestionável critério, dar notícia do que eu não achei apropriado comentar – e de assuntos sobre os quais nem sequer me perguntou. Registo esta notável aplicação prática do preceito ético de «ouvir as partes com interesses atendíveis no caso».
Tenho de gastar algum espaço do Público para resumir o que disse na conversa que mantive com a jornalista. Com afabilidade e pedagogia, expliquei-lhe que a elaboração ou revisão de um livro de estilo é um processo interno de uma redacção, não pode ser imposto sequer pela Direcção, uma vez que contém matérias deontológicas, objecto de auto-regulação dos jornalistas. Tem de ser discutido e aprovado pelos jornalistas, em plenário ou através do seu Conselho de Redacção. Por isso, mesmo que uma Comissão de Trabalhadores de um órgão de informação fosse composta só por jornalistas, ela não teria competência atribuída para se pronunciar ou sequer ser informada sobre o debate do livro de estilo – seria uma intromissão numa área de competência exclusiva das estruturas dos jornalistas. Sobre o que fiz ou não fiz nessa matéria, expliquei à jornalista que não poderia revelar, sob pena de estar a tornar pública uma informação para a qual não estou habilitado. Mas há quem de direito, na Lusa, que o saiba. É quanto me basta. Custa-me deixar insatisfeita a curiosidade da jornalista do Público e da Comissão de Trabalhadores da Lusa. Mas tem de ser. Ao público do Público pesa-me tê-lo maçado com um assunto que, como diria José Saramago, não lhe faz cair as escamas dos olhos. Sirvam-se sempre desta minha excelente disposição!
Oscar Mascarenhas

*** * ***

Humildemente, eu
Oscar, irmão

Este nosso país é uma merda carregada de invejosos/medíocres/inúteis. Face ao que contas – e para além do recurso ao tradicional pqp – fico assarapantado; não devia ficar, nos dias que vão correndo – mas ainda fico.

Um Jornalista (escrevo, convictamente, com caixa alta) como tu, não tem que provar nada a ninguém. Um Homem como tu, não tem que se submeter a qualquer CT, que, ainda por cima, não tem que se meter, como muito bem acentuas, em casos destes. Não vá o sapateiro além da chinela.

Um Livro da Redacção é… um livro que a Redacção utiliza, ou deve, ou tem de utilizar para uma redacção escorreita do que lhe competir produzir. Leva muito tempo a elaborar? Obras destas não se fazem num fim-de-semana, muito menos sob pressão de quem quer que seja. E ainda que prazos sejam prazos – quem os impõe? Ou o autor a si próprio, ou alguém que tenha contratado esse trabalho intelectual com o escriba.

E ainda que estes, no Egipto faraónico, escrevessem agachados, nos dias de hoje quem se puser de cócoras não o é. Será, tão só, um estagiário de ajudante de auxiliar de praticante de apara-lápis. Note-se que, por estes dias, lápis é objecto em vias de extinção e sem um Spielberg que os tente reabilitar e ressuscitar.

Um dia (que nunca esqueci, esqueço e esquecerei) quando fui eu próprio vítima de uma canalhice – mais uma… - tu foste, dentre os nossos camaradas (?) jornalistas (?), o quase único Amigo e Profissional que se levantou para, sem receio, muito menos tibieza, sair em meu auxílio, dizendo publicamente que não autorizavas ninguém a duvidar da minha honestidade. A partir daí, cimentei o que já interiorizava a teu respeito. Ainda que um Amigo seja melhor do que um irmão, tu passaste a ser para mim as duas coisas.

Foi quase a história do leão moribundo. Felizmente sem o fim no forno crematório. Bem tentaram muitos – muitos camaradas (?) de profissão – passar-me a certidão de óbito antecipada, o que, pelos vistos, lhes dava muito gozo. Só que não me acobardei. Por vezes isso acontece-me. E com um Homem ao meu lado como tu, Oscar Mascarenhas, foi-me muitíssimo mais facilíssimo sair do bueiro.

Sabes bem que os Árabes tiveram carradas de razão quando enunciaram o rifão «Os cães ladram, mas a caravana passa». Ao longo de uma vida profissional impoluta e magnífica, nos meios de comunicação, no nosso sindicato, nas comissões em que, por direito próprio, participaste, como Cidadão interveniente a diversos níveis, foste motivo de admiração e encómios. Justa e justos.

E agora pretendem uns quantos meter-te na lama de um atoleiro falsificado. Tenho de dizer que nem um só salpico te atinge. Não o merecerias se tal acontecesse. Não o mereces. E não acontecerá.

É a minha vez de te dizer – e a uns tantos – que estou ao teu lado, para o que der e vier. Não invoco uma qualquer solidariedade espúria. É assim – porque é assim. E porque me dá prazer. E porque sei de certeza feita que tenho as minhas razões, mas tenho, sobretudo, a minha razão. Em nome de quem te admira não falo, pois não me foi passada procuração. No meu – estou aqui. Contigo.

Obviamente, considera-te abraçado, se fazes favor.

Henrique, o Antunes Ferreira


NR – Vou meter este fdp de imbróglio no meu travessadoferreira.blogspot.com, mesmo que não estejas de acordo…

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