quinta-feira, dezembro 22, 2005

TROTAMUNDO


Eskerrik asko

Quando cheguei a primeira vez a San Sebastián, era ainda um puto, não se falava basco. Era proibido pelo generalíssimo. Estávamos pelos primeiros anos da década de 50 e não pude, sequer, aprender como se diz naquela língua – muito obrigado. Tristes anos esses. O mini-ditador de El Ferrol não queria outras línguas para além do castelhano promovido a espanhol. Nem o «seu» galego, não fosse o diabo tecê-las.
Já em tempo de democracia voltei à orgulhosamente chamada Donostia. A baía era a mesmíssima do antigamente, bastantes prédios igualmente, as avenidas amplas bordejando o rio Urmea, muito, muitíssimo por ali estava sem que a modernidade lhe tivesse demolido a alma e invadido a betão.
Partindo do Parque Cristina-Enea e atravessando a cidade, chega-se à Kusaall, um palácio da cultura a todos os níveis.
E foi ali que, graças a um guia excelente, sabedor e contador de estórias, que soube, finalmente, como se diz muchas gracias em basco. Ora aprendam: Eskerrik asko. Não me responsabilizando pela pronúncia, posso garantir-vos que a grafia está correctíssima. No Valle de los Caídos, o que resta de um tal Francisco Bahamonde Franco, criminoso de delito comum, assassino de guerra, deve ter tido um ataque de estupidite aguda. Mais um. Bom proveito; à barriga e ao peito.

Antunes Ferreira

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