quinta-feira, dezembro 22, 2005

FILOSOBARATA

As duas ambições


Uma ambição qualquer um tem. Acarinhá-la, na esperança de que aumente, tem justificação. Cultivá-la, no bom sentido do termo, é sinónimo de que ela é correcta, pertinente e, até, justa e salutar. Se for, porem, por ciumeira ou por diletantismo puro, aí já porca torce o rabo. Um ambicioso a sério, com fundados propósitos e métodos apropriados tem carradas de razão. E um objectivo a alcançar. E a medida certa de como o fazer. E os meios correspondentes e normais. Um ambicioso de outrem – é um pervertido. Um pulha.
Em cada dia que passa, os bons ambiciosos, aos milhões e milhares de milhões e por aí fora, vão concretizando com maior ou menor regularidade o anelo que perseguem. São persistentes, não desanimam, muito menos desistem. A sua pertinácia é louvável. Muitos desses, senão todos, fazem avançar o Mundo sem necessitarem de ponto de apoio, muito menos de alavanca.
Mas aos que rói a inveja que têm do vizinho e por isso mesmo ambicionam ultrapassá-lo usando todos os meios, nomeadamente os mais negativos, para alcançarem o propósito amaldiçoado, ninguém de boa fé e princípios rectos reconhecerá o mínimo direito de o fazerem. Melhor: impedi-los-á, na medida das suas possibilidades. Para esses, confessadamente de delito comum, avançaram os Romanos com uma das muitas tiradas que ficaram na panóplia das citações Argumentum baculinum. Que o mesmo é dizer, o argumento do cacete...
A.F.

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