domingo, maio 06, 2007




CÂMARA CLARA


Ainda e sempre Macau

O José Perry da Câmara é um tipo pachola. Todo dado à arte da fotografia, mesmo em Angola quando por lá esteve no serviço militar, e, de tal forma, que penso que foi mais a película que usou do que as balas que atirou. Se estou errado, o Perry que me corrija. Tem um blogue, o alaminuteandante que não é brinquedo, todo ele são bonecos tirados aqui e acolá, quero dizer, por parte já substancial do Mundo. Covido-os a visitá-lo. Bem merece.

Convidei este bom Amigo (são tantos, felizmente, que já esgotei os adjectivos qualificativos e outros…) para vir colaborar neste Travessa. De escrita, nada, respondeu-me um tanto encabulado. Já de fotos… E assim é. Ele pela-se por Macau, quase tanto como pela fotografia. Veja-se o comentário que deixou no artigo subscrito pelo José Augusto Garcia Marques.

Malandreco, este Zé Perry. Não escreve, não escreve, mas, este blogue já contem umas frases por ele assinadas. Bastou cheirar-lhe à Cidade do Santo Nome de Deus (não sei se ainda hoje é esta a denominação e já não vou à Região Especial há uns largos anos) e aí está o nosso homem a botar faladura e, ainda por cima, opinativa. Nunca se diga desta água…

Hoje, aqui o temos, de novo. Mandou-me um mail. «Envio uma imagem tirada de um pequeno livro (de postais antigos) do macaense Lu-fu em Macau. É um livro de desenhos sobre os Tipos do Império Português – Exposição Histórica da Ocupação – Ministério das Colónias, foi uma edição com desenhos de Eduardo Malta, para a “famosa” exposição do Mundo Português». E termina modestamente «Se quiser, pode incluir este desenho no seu blog».

Óbvio que quero, óbvio que aqui está. Eduardo Malta, goste-se ou não dele, foi um grande pintor deste País. No retrato, um Mestre. Situacionista na outra senhora, tal não invalida a categoria imensa do seu traço. E quanto à Exposição do Mundo Português, realmente foi famosa, até sem aspas. Foi fruto de uma época, é certo, mas o capitão Henrique Galvão, então salazarista foi uma obra excelente.

Mais tarde, já na Oposição, Galvão - que se tornaria um dos mais férreos e encarniçados adversários de Salazar - não renegaria, nunca, a «sua» Exposição, nem teria justificação, muito menos razão para o fazer. E por aqui me fico. Perry, mande mais. E, já agora, com umas linhas de texto. Se dúvidas houvesse… A.F.

2 comentários:

Anónimo disse...

O pachola do José Perry vai tentar "botar" umas palavrinhas em estilo de resposta ao seu post do blog.É verdade lá andei por terras angolanas, e à cerca de tiros eles foram muitos, pois estava em zona bastante activa pelos ditos "turras". Nessa altura ainda não tinha máquina de tirar "bonecos",só mesmo no fim da comissão é que comprei uma máquina fatela e lá tirei uns bonecos, antes de regressar ao "puto".Pois é verdade gostei imenso de Macau, estive lá em 1997 durante 3 semanas e palmilhei a pé, até romper as solas dos sapatos todos os cantinhos, ruas, ruelas, e estive em pagodes que o comum dos turistas não visitam e principalmente fiquei apaixonado, pelo Macau antigo, a zona dos bairros mais antigos, onde abundam as lojas de antiguidades, as farmácias chinesas e todo o comércio chinês. O Porto Interior também é uma das zonas mais genuínas da cidade , com os barco no meio do rio, onde habitam famílias numerosas, as fabricas de descasque do camarão, o descarregar as caixas dos barcos com os peixes para irem para o Mercado Vermelho, onde o mesmo peixe é vendido ainda vivo. Como turista que se preza lá estive na gruta do nosso maior poeta, se ele viveu ali coitado, era uma assoalhada muito rústica...
Relativamente a Eduardo Malta, grande pintor retratista que frequentou a Escola de Belas Artes do Porto, alcançou fama como retratista de políticos em Portugal como no Brasil e Espanha, não esquecer a fama que alcançou com o retrato do Primo de Rivera a cavalo no ano de 1928. O poder político no final da década de cinquenta nomeou-o director do Museu Nacional de Arte Contemporânia , hoje o Museu do Chiado. Além do desenho que enviei tenho mais de habitantes de outras ex-colónias, que vou enviar, para se quiser publicar no seu blog. Quanto ao gosto pela fotografia, já foi adquirido depois de regressar da tropa, em Lisboa comprei uma máquina mais digna e que fui melhorando em outras aquesições melhores, comprei também livros acerca de fotografia e que fui devorando e fazendo diversas experiências. Mais tarde derivado às funções que exercia na minha vida pr5ofissional, pois trabalhei em Formação, mais concretamente na área dos meios audiovisuais, então aí sim da além da fotografia foi o vídeo profissional, à custa do patronato tirei diversos cursos na Universidade Aberta, desde operador de camara, realização e montagem em vídeo e iluminação.
Penso ter dado uma pequena resposta ao seu post publicado.
Decerto que vamos trocar mais post e comentários.
10/5/2007
Perry da Câmara

Antunes Ferreira disse...

O Zé Perry tomou-lhe o gosto e - zumba! Enviou mais umas quantas reproduções do Malta para a Exposição de Belem. Que vão ser publicadas aqui. E que muito agradeço, bem como o comentário que aqui o companheiro deixou.

Eu começo a não chegar para as encomendas. O que quer dizer que o Travessa tem algum interesse e o pessoal acha por bem colaborar (o que é óptimo), perguntar, conversar, criticar e, até, por vezes raras, insultar. O que é péssimo.

Os colaboradores - que vão aumentando, outro e importante sinal de enriquecimento deste blogue - desunham-se. Uns quantos leitores, alguns já fiéis, comentam. Tudo corre sobre esferas.

Cá o escriba, que nem é egipcio nem nada, faz o seu melhor, but time is time. Vamos a ver se descobro método fácil e eficaz para me multiplicar, assim a modos que o episódio do pão e dos peixes.

Entretanto, e com um abração, aqui fica mais um pedido ao Perry: mande, para alem das fotos, uns textos a propósito. Umas e outros serão muito bem vindos. Avance seu Câmara que, felizmente, não é Municipal de Lisboa.