terça-feira, maio 15, 2007

REGISTO




O bom momento
da nossa economia

Eva Gaspar
Dados ontem divulgados pelo Eurostat confirmam que a economia europeia continua em boa forma, ainda que tenha sofrido uma ligeira da desaceleração, e que, no quadro da Zona Euro apenas a economia espanhola cresceu mais do que a portuguesa no primeiro trimestre.

A economia europeia sofreu uma ligeira desaceleração no primeiro trimestre deste ano, tendo no entanto crescido mais do que era antecipado, em larga medida devido ao desempenho da Alemanha que continua a surpreender os analistas pela positiva.




De acordo com dados, ainda provisórios, do Eurostat, a economia da Zona Euro cresceu 0,6% no primeiro trimestre do ano, menos do que os 0,9% registados no fim de 2006, mas mais do que o antecipado pelos analistas. Em termos homólogos, ou seja comparando o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 3,2%, também menos que os 3,3% observados no trimestre anterior.

Por detrás do relativo bom desempenho da área da moeda única, está a Alemanha que cresceu 0,5% no primeiro trimestre – metade do observado nos últimos quatro meses de 2006, mas acima dos 0,3% que eram esperados pelos economistas consultados pela agência Bloomberg que antecipavam uma desaceleração mais acentuada em virtude do aumento da taxa do IVA, de 16% para 19%, que entrou em vigor em Janeiro.




O início do fim da divergência?

Os números do Eurostat traduzem, porém, uma notícia especialmente positiva para Portugal. Após seis anos de divergência, a economia portuguesa parece estar a começar a corrigir a trajectória, tendo neste primeiro trimestre do ano crescido 0,8% face ao trimestre anterior, ultrapassando pela primeira vez em largos meses a média da Zona Euro (0,6%) e o andamento nos Estados Unidos (0,3%).

O bom momento da economia portuguesa pode ainda ser confirmado pelo facto de apenas a Espanha (1%) ter crescido mais do que Portugal, cujo desempenho é igualado pela Áustria.
Os dados provisórios, com base em valores apurados em oito dos treze países da Zona Euro, revelam ainda que a economia portuguesa foi a que mais acelerou entre o fim de 2006 e o início deste ano, ao dar um "salto" equivalente a meio ponto percentual.



Querida Eva
Palavra de honra que esta notícia não fui eu quem a inventou, muito menos quem a escreveu. É da autoria da jornalista Eva Gaspar, uma excelente profissional e minha boa Amiga. Há quanto tempo não tinha a oportunidade de lhe enviar um milhão de queijinhos – e agora aqui estão.
Querida Amiga: como vais tu e a descendência? Oxalá bem. Continuo a ler-te regularmente e admirar-te pelo que escreves e como escreves. Tantas vezes me tem vindo à memória os momentos interessantíssimos que vivemos em Bruxelas, nos intervalos dos Ecofin e nos finais dos trabalhos, quando o falecido Sousa Franco respondia aos jornalistas portugueses acreditados junto da União Europeia.
Então, eu era apenas um adjunto do ministro das Finanças e seu assessor para a Comunicação Social, como te deves recordar. Depois, bem, depois, muita água passou por baixo das pontes, e nem vale a pena recordar tudo o que aconteceu estupidamente. Prefiro relembrar os bons bocados que vivemos no Justus Lipsius. Esses, sim, esses deixaram, pelo menos a mim a gratidão que os Amigos me merecem.
Graças a vocês – e em especial a ti, querida Eva – me fui desengomando de tarefa que me era difícil por me sentir sempre (ou quase sempre) muito mais jornalista, que tinha sido e que voltei a ser, acabado esse período longo e tormentoso, do qual resultaria uma situação doentia que não desejo nem aos meus piores inimigos. Que tenho.
Hoje, neste meu blogue, transcrevo o teu texto publicado no Jornal de Negócios – sem te ter pedido licença para o fazer, nem autorização ao diário dirigido por Pedro S. Guerreiro. Mas sei de certeza feito que ambos me relevarão a ousadia e o correspondente procedimento.
Por isso, o texto curto e perfeito, como é teu uso, com a minha homenagem a ti – que a mereces por inteiro – e o desejo de nos reencontrarmos logo que nos seja possível, porque, podes crer, tenho muitas saudades de ti. E muito obrigado pelo que me ofereces em matéria de Jornalismo. Nos ofereces.
A.F.




Portugal acelera

Por outro lado e de acordo com diversas instituições nacionais, a começar pelo Instituto Nacional de Estatística o crescimento da economia portuguesa acelerou no primeiro trimestre, com um aumento homólogo (face ao mesmo período do ano anterior) de 2,1 por cento, segundo as estimativas rápidas do PIB, que o INE divulgou ontem pela primeira vez. Em cadeia (face ao trimestre anterior), o produto interno bruto (PIB) cresceu 0,8 por cento no primeiro trimestre de 2007, após 0,5 por cento nos últimos três meses de 2006.

O INE anunciou que as estimativas rápidas que divulgou colocam Portugal em linha com os principais países da União Europeia e serão publicada preferencialmente 45 dias após o final do trimestre de referência, podendo ser a data ajustada em função do dia de divulgação das estimativas rápidas da União Europeia pelo Eurostat.

Falando aos jornalistas no final de uma visita a uma fábrica de componentes para automóveis, a M C Graça, no Carregado, o primeiro-ministro referiu que Portugal registou agora "o maior crescimento trimestral dos últimos cinco anos". E acrescentou que "Pela primeira vez, ao fim de cinco anos, o crescimento económico ultrapassa os dois por cento, o que representa um factor de confiança e um número que espelha com clareza a recuperação da nossa economia".

Tendo ao seu lado os secretários de Estado do Comércio, Fernando Serrasqueiro, e da Indústria, Castro Guerra, Sócrates manifestou a convicção de que, perante os últimos dados do INE, "Portugal está a crescer a e a recuperar cada vez mais". "Quando este Governo tomou posse, o crescimento registado no primeiro trimestre de 2005 foi de 0,1 por cento negativo. Depois, em igual período de 2006 foi de um por cento positivo e agora de 2,1 por cento, o que dá bem a ideia da progressão do crescimento e da sustentação da recuperação em curso", advogou o chefe do Governo.

Na opinião de José Sócrates, o dado mais significativo é que Portugal cresceu agora mais 0,8 por cento do que no trimestre anterior. "Ou seja, o crescimento em cadeia é de 0,8 por cento. Trata-se de uma aceleração da nossa economia que é inclusivamente superior à da média europeia - o que representa um factor que dá mais confiança, mais sustentação e constitui um excelente indicador para os consumidores e para os agentes económicos", disse.

Interrogado sobre o baixo nível do consumo privado em Portugal, o primeiro-ministro contrapôs que esse dado "significa que o crescimento económico nacional é virtuoso". "O nosso crescimento é sustentado pelo sector exportador. Um crescimento com problemas é quando se baseia na procura interna, o que não é o caso de Portugal", defendeu o chefe do Governo. De acordo com o primeiro-ministro, em 2006, o sector exportador nacional "pela primeira vez ganhou quota de mercado, cresceu 8,8 por cento e continua ainda a crescer".

Sobre a expectativa do Governo em relação à estimativa que fará o INE sobre os primeiros 70 dias do ano, Sócrates mostrou-se de novo optimista. "Estou convencido que a variação será positiva entre a estimativa rápida dos primeiros 40 dias e a dos 70 dias, por parte do INE. Estou convencido que a variação será para mais", reforçou, antes de aludir aos principais organismos internacionais em termos de análise à economia portuguesa. "Todos os mais recentes dados divulgados têm reforçado a confiança na economia portuguesa, dizendo que cresce mais do que se esperava", acrescentou.
(Texto publicado pela CS e elaborado com base na Lusa)

ADENDA - Continuo a afirmar convictamente que mais não faço do que registar no Travessa do Ferreira estas informações. Com muito agrado e satisfação pessoal, porque são um lenitivo para o nosso País, onde ainda há gente que persiste em dizer que a crise está a anos luz de melhorar. Para que conste. A.F.

4 comentários:

Anónimo disse...

Lá está você a defender o mentiroso que infelizmente nos desgoverna. Ou diz que o faz. Um destes dias se saberá a verdade e então é a queda no abismo. Ainda por cima, o homem de Belem diz que as coisas vão melhor, mas que é preciso esperar para ver. Devia chamar-se Tomé Silva...

Anónimo disse...

Ri melhor quem ri por último. O senhor Ervedosa, da Madragoa, fala na verdade e na queda no abismo. Lá tem as razões dele. E mete no mesmo saco o primeiro-minstro e o Presidente da República. Tal como o faz, lembra-me o Alberto João Caruncho, o bicho da Madeira.

Veremos daqui a uns tempos quem tem razão e quem não tem. Portugal tem de seguir adiante, senão é uma chatice. Penso que com este Governo vai lá. Concordo portanto com a Eva Gaspar e com o A.F.

Anónimo disse...

Repito aqui o que escrevi no anteroir comentário no segundo artigo sobre o assunto. Bem haja.

Anónimo disse...

Uma porra! Andamos a ser enganados por estes gajos da «esquerda». Até já me enojam!