segunda-feira, julho 10, 2006
A marca do zor... golo
Braz Ferreira
Nestes últimos dias só tenho ouvido falar que já é muito bom estarmos entre os quatro primeiros do Mundo. Sem dúvida é bom mas, por favor, não nos regozijemos com isso. Muito melhor seria, e esse é o objectivo de todos os participantes na Copa do Mundo, sermos campeões.
Ah, mas a sorte não esteve do nosso lado... Pois é e nunca estará se não marcarmos golos, que é o objectivo final de toda e qualquer equipa de futebol. E a nossa foi incapaz de atingir esse objectivo. Senão, vejamos.
Portugal não teve nenhum goleador entre os melhores desta Copa. Ah, o Maniche com dois golos, mas não está nos cinco primeiros. Dos quatro finalistas (ah, estamos entre os quatro melhores) Portugal foi o que marcou menos golos: Alemanha 15 golos em seis jogos, Itália – 11 golos em seis jogos, França – 8 golos em seis jogos e Portugal 7 golos em seis jogos (sem contar os penalties). Notem: escrevo antes da final.
Os nossos grandes goleadores (?), tais como Pauleta foram simplesmente inexistentes. Mas a sorte não esteve connosco, me poderão dizer muitos. Pois é, mas em futebol quando não se marcam golos só se depende da sorte e ai se ela não marcar encontro connosco... Já dizia um grande treinador brasileiro: «Em futibol quem não marca, leva.» E nós levámos...o quarto lugar para casa.
Ah, mas estamos nos quatro melhores. Até parece aquela do cara que entre todos os vizinhos era o único que não tinha carro, por falta de posses.
Aí, dizia a todos que era melhor para a saúde, pois andava a pé. Até pode ser, mas que não tinha carro, não tinha!
Eu pessoalmente até gostei bastante do trabalho do Mestre Scolari. Mas equipa que se quer vitoriosa, tem de ter o pique até ao final, tal como a França. E Portugal não teve. Embalados pelas 13 vitórias seguidas (perdão 13 não derrotas, é bom lembrar), talvez tenhamos pensado que a sorte nos ia dar mais duas, e por acaso as mais importantes da nossa história futebolística. Mas a sorte não marcou encontro connosco nem nos favoreceu, assim como os nossos goleadores.
Não quero de jeito nenhum ser técnico de futebol, nem substituir o nosso coach mas porque é que ele insistiu tanto em Pauleta, que fez uma Copa de baixíssimo nível? Porquê ter utilizado um Deco que vinha de uma parada por lesão, e consequentemente fora da melhor forma? Porquê insistir tanto em Cristiano Ronaldo que, se pudesse, jogava sózinho os 90 minutos (se não houvesse prolongamentos é claro).
E sempre com aqueles passinhos, que já todos os defesas daqui e dos arredores conhecem de cor e salteado. Eu sei que depois de casa roubada trancas à porta, mas, mesmo assim, ainda posso perguntar: Porquê não ter utilizado mais o Nuno Gomes, que pelo menos fez um golinho jogando só alguns minutos? Não é, Senhor Pauleta?
E sem golos não se podem ganhar os jogos nem ser campeão do mundo. Hoje poderei dizer em alto e bom som, que estou indignado. Porquê me perguntarão vocês. Simplesmente porque perdemos a Copa que poderíamos até ter ganho.
No jogo contra a França poderíamos ter ganho, mas os nossos atacantes decidiram brilhar pela ausência.
Se tivéssemos mais Maniches, mais Migueis, mais Ricardos Cravalhos, mais Ricardos e, até, mais Figos, talvez nem precisássemos de sorte. Isto porque o nosso Figo nacional até foi um dos mais combativos nacional e já em final de carreira. É o momento de colocar Costinhas, Petits e outros na reserva e chamar gente nova. Hoje em dia no mundo dos negócios quem não ousa ou não inova tende a desaparecer. No futebol é absolutamente a mesma coisa.
Inove Senhor Scolari, ouse, pois nós estaremos com você.
NR - A opinião acima é apenas a do autor que assina o texto e, portanto, apenas o responsabiliza. Neste blogue é assim que as coisas funcionam: a liberdade é a liberdade, não sem adversativas, muito menos condicionais, de modo algum parentéticas. O titular do travassadoferreira sou, como sabem, eu. E não estou de acordo com o Braz Ferreira que, creio que bastantes o sabem, é meu irmão. Irmãos, irmãos, opiniãos, digo, opiniões à parte. Isso nunca poderia significar que o censuraria. Para delitos de opinião já tivemos que chegasse. No tempo da ditadura.
Tenho-o repetido n vezes: a diferença é mais do que salutar - é essencial. Se não se reconhecer o direito a ela, é porque não se reconhece direito ao que quer que seja. Isto é, porque se fuzilou a Liberdade. Há, ainda e por algumas partes, infelizmente, quem o faça. Aqui não. E há ainda e também que a exprimir sem quais quer peias. Não há liberdades: há, tão só, a Liberdade.
Alem do mais, se todos gostássemos do amarelo, ainda que com tonalidades diferentes, este Mundo seria uma pasmaceira uniforme, sem curvas nem atractivos. Uma chatice. Juntem-se-lhe o azul, o vermelho e por aí fora e temos uma paleta, até mesmo um arco-iris. Que é símbolo de muitas coisas mas, sobretudo do espaço infindo dessa Liberdade. E disse. A.F.
Foi muito bom! Ficámos entre os quatro maiores do Mundo, apesar da FIFA!... Vivam os Conquistadores! Viva Scolari! Viva Portugal!
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3 comentários:
Bem, agora já passou o mundial! Voltamos ao nosso piqueno país! Forza Italia
Não concordo com o Braz Ferreira. O tipo faz parte, com certeza, do grupo que está sempre a criticar a selecção, o Scolari, por isto, por aquilo e por aqueloutro. O que é preciso é termos pensamentos positivos e agradecer aos heróis que eles são que levantaram o nome de Portugal bem alto.
Mas, agradecer não quer dizer dispensá-los de pagar IRS. Ideia peregrina esta que o Madail teve. Em tempo de crise todos deviam pagar os seus impostos. O mal é que muitos safam-se e pagamos nós por eles.
Estamos todos de parabéns! Temos o nosso Scolari até 2008! E, se for possível, até mais. Ele já é mais português que brasileiro, desculpa lá Felipão. Viva o Scolari! Viva a Selecção Nacional! Viva Portugal!
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