sexta-feira, outubro 20, 2006




Prepare-se para o dia
do seu casamento

Braz Ferreira. Correspondente nos EAU
Contra todos os conselhos dos seus amigos você decidiu casar-se. Sendo assim gostaria, como consultor empresarial, de aconselha-lo com o objectivo de ainda salvar a sua vida. Antes de mais sente-se em sua casa ou apartamento de solteiro (pois até ao SIM ainda o é) e tente lembrar-se da sua vida até aqui (aqui, não ali).

Solução 1

P
egue na sua agenda das ex-namoradas, se é que a sua futura esposa não a rasgou ou atirou na lareira acesa, e leia-a calma e detalhadamente.
Comece pela letra A e tente ligar para cada uma delas. Se alguma lhe responder dizendo que quer passar férias consigo justamente durante o dia do casamento...aceite de imediato.

Depois terá tempo de ligar para sua actual namorada e noiva em perspectiva explicando-lhe que ficou preso no aeroporto de Kuala Lumpur com 500 quilos de cocaína e que só poderá ser liberado daqui a uns 12 anos. Não se esqueça de lhe dizer para não contactar nenhum advogado, pois pode haver um filho da mãe que o libere da prisão sem você estar preso. Fácil não é? Bom, mas se porventura nenhuma quiser passar férias consigo, então tente o seguinte.

Solução 2

Vá à farmácia e compre 250 gramas de papas de linhaça. Chegando a casa deite-as no lixo, mas não deite o lixo fora. Fique duas noites a dormir no quintal completamente nu. Esta estratégia funciona melhor durante o Inverno. Ou apanha uma carraspana de ficar de cama 15 dias (nesse caso poderá utilizar as papas de linhaça que recuperou no lixo) ou consegue uma nova namorada que o vê nuzinho da Silva no quintal ou então vai preso por ultraje ao pudor.

Se conseguir uma nova namorada e marcar novo casamento, não se esqueça de voltar ao início deste texto uns dias antes da nova data marcada. Se for preso dê uma “gorja” para os polícias para que o guardem no calabouço pelo menos dez dias o que o obrigará, obviamente contra sua vontade, a faltar a cerimónia por motivo de força maior. Caso os policiais não sejam cooperantes, volte para casa e tente o seguinte.

Solução 3

Ligue para sua namorada e disfarçando a voz fale em russo ou em árabe (seria bom que tenha aprendido uma destas duas línguas) e peça um resgate.
Mas peça um valor importante, para que ela ou o pai dela não consigam pagar.
E se porventura ela pagar, desapareça com a “gaita”. Esta solução pode ser utilizada em conjunto com a solução número 1. Se ela não pagar, desapareça também com uma das suas ex-namoradas.

Solução 4

Se o seu casamento estiver marcado para um dia após um jogo de Portugal e caso a seleção perca o jogo, mande um SMS dizendo que se vai suicidar para limpar a honra da nação. Culpe o Cristiano Ronaldo, o Scolari, o Nuno Gomes, sei lá, mas mostre-se convincente (com o Vicente não, com o Petit). Mas não lhe diga o local e a hora do suicídio, pois assim terá tempo de se mandar com uma das suas ex-namorada.

Solução 5

Compre uma garrafa de hélio (gás que afina a voz) e ligue para a sua namorada. Engula uma porção do gász e comece a falar com uma voz fininha dizendo que você mudou e que agora vai viajar com o Pedrão, ou com o Lelas ou sei lá com um maricas qualquer. Diga-lhe que vai para a Tailândia com um deles para mudar de sexo (mas por favor não diga que vai com uma das suas ex-namoradas pois talvez ela não acredite).

Solução 6

Levante-se cedo e verifique no telejornal qual é um país que se encontra em conflito. Não será difícil encontrar um hoje em dia. Escolha entre a Coreia do Norte, o Afeganistão, o Iraque o Líbano, a região do Darfour, Haiti, etc., etc., etc. Ligue para a sua namorada e informe-a de que se alistou como voluntário numa ONG qualquer da vida e que está de partida no dia seguinte.

Não mencione que está realmente de partida, mas com a sua ex-namorada, pois poderia causar mau efeito. Dê-lhe um nome de uma ONG bem complicado como por exemplo: AHDRAPDGPRP = Associação Humanitária para o Desenvolvimento das Relações Ambíguas entre Povos Deslocados pela Guerra Psicológica devido a Raças e Preconceitos. Até ela encontrar nas páginas amarelas a AHDRAPDGPRP, já você teve tempo de chegar ao seu destino sem ser importunado.

Solução 7


Vá na papelaria e compre uns estalinhos e umas bombinhas de Carnaval. Caso não encontre compre no supermercado pacotes de batatas fritas que você esvaziará. Telefone à sua namorada e diga-lhe que estava no autocarro para a Ajuda e que este foi sequestrado. E que infelizmente você foi escolhido com refém pelo braço direito (ou esquerdo, se for canhoto) do Bin Laden.

De vez em quando, enquanto fala, estale umas bombinhas ou rebente os pacotes de batatas fritas vazios, para fazer mais realista a cena. Também durante a conversa telefónica grite uns palavrões em árabe ou pseudo árabe. De certeza que ela, apavorada, não vai nem tentar entender.

Ah, importante, se a sua namorada for de origem árabe, não utilize esta solução. Caso não seja, solte uns gritos de desespero dizendo-lhe que eles o querem trocar contra 297 presos palestinianos nas prisões israelitas e chorando diga-lhe que os sequestradores o degolarão se ela informar a polícia. Talvez assim tenha tempo de pegar um avião para um destino desconhecido com uma das suas ex-namoradas.

Solução 8 (e final)

Caso não queira utilizar uma das soluções anteriores ou elas não tenham funcionado, então sugiro o seguinte. No dia do casamento, vá ao supermercado e compre duas caixas de cerveja, três garrafas de tinto, uma de aguardente, duas de vodka e vá para casa. Peça a um dos seus amigos, convidado, para o vir buscar dentro de duas horas. Vista-se a preceito e comece a beber até não conseguir mais levantar-se da cadeira. Se estiver sentado no chão bebendo, não precisa verificar se se pode ou não levantar da cadeira. Quando o seu amigo chegar e o levar até à igreja tente o seguinte:

* Beijar o padre ou então a bisavó da noiva.
Caso escolha o padre é aconselhável verificar previamente se ele não tem tendências homosexuais. Também é eficaz beijar o seu futuro sogro, ou a sogra metendo-lhe a língua ate as amígdalas (mas tome cuidado pois ela pode gostar e ai vai ter de resolver dois problemas).

* Urinar perto do altar
Se ainda conseguir acertar, dentro da taça das hóstias. Para surtir maior efeito, tire as calças e as cuecas e mostre suas partes íntimas aos convidados antes de urinar (tome cuidado pois uma das convidadas pode apreciar e ai terá três problemas para resolver). Se porém esta última solução não resultar então só lhe resta casar-se mesmo. Mas depois da cerimónia terminada, recomece com a solução número 1

Ou então vá até Badajoz e comece a peidar-se o mais que puder, pois, como certamente você sabe, dizem que “de Espanha nem bom vento nem bom casamento”.

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NR - Ai irmão, irmão. Tu lá sabes. A tua experiência nestes assuntos conta muito. AF

5 comentários:

Anónimo disse...

Memorias ... biografia ... conselho ... aventuras ...

Anónimo disse...

Eu conheci o Braz Antunes Ferreira, não interessa onde, mas fora de Portugal. Hoje, na nossa terra, chamaram-me a atenção para o escrito. Não lhe conhecia a veia literária, só a do mano mais velho, de quem também sou amigo. Parabens aos dois. E tu, Braz, creio que estás nos Emiratos, recebe um grande e apertado abraço e muitas mukandas. Em quantas meninas vais? Mais que muitas, penso...

Anónimo disse...

O texto é muito malandro, mas muito giro. Os bonecos são cinco estrelas. Vou recomendar o blog aos meus amigos. Força na verga!

Anónimo disse...

Os Ferreiras, pelo que se vê aqui, são uns safardanas, no bom sentido da palavra. São namoradas, são ex, são mulatas, são truques, são só saias sem nada por baixo a não ser... E não são de escoceses. Pois que aguentem os manos Ferreiras e nos vão dando motivos para nos rirmos e apreciarmos os dotes que possuem. Devem ser de família...

Anónimo disse...

Solicito aos senhores Antunes "O Chefe" Ferreira e seu mano Braz "O Indiana Jones" Ferreira, o favor de não se esquecerem dAS leitorAS da Travessa.

O único mulato, bem apessoado, que surgiu nos textos da Travessa andava a fazer favores ao superior abichanado.

Vistam lá a nossa camisola, ou o soutien, como quiserem! Encarem isto como um desafio literário.
AS