sexta-feira, junho 06, 2008




Cavaleiros
do Apocalipse-B


Há novos cavaleiros da desgraça
Que passam cavalgando sobre nós,
Anunciando alto e a uma só voz
Que o pássaro da morte já esvoaça;


Que paira sobre nós uma ameaça
De ver o terrorismo mais atroz
Cobrir com vento fétido e feroz
A pobre gente incrédula que passa.


As nuvens deslizando lentamente
Por sobre a humanidade ameaçada
Carregam ódio e raiva acumulada.


E a chuva que despejam mansamente
São lágrimas do céu molhando a terra
Carpindo o desespero que ela encerra.

12/07/2006 José Manuel P. Serra


Reencontro internético


Ontem mesmo recebi um mail de um cidadão que me dizia que tinha descoberto o meu endereço por meio de mensagem que uma amiga lhe enviara. E perguntava-me se eu era, por acaso, um vizinho dele quando miúdo, no Bairro do Restelo, e que tinha ido, pensava que comigo para a Faculdade de Direito. E, o descarado inquiria informaticamente - se eu era o Rico. Claro que era; claro que sou. Há quanto tempo não o encontrava. Penso que pouco falta para chegarmos a uma distância de quase meio séciulo.


Era, realmente, o José Manuel Pimentel Serra, cuja vivenda, quase em frente da minha, apenas tinha a rua Tristão da Cunha, o quintal das trazeiras dele e o jardim da frente do meu N.º 40. No resto, andavamos em liceus diferentes, mas tivemos a mesma ideia de nos metermos com os Códigos & correlativos. Temos a mesma idade e tivemos as mesmas esperanças e desilusões de juventude. Fomos para a tropa quase ao mesmo tempo. E, agora - a magia da Internet.




Já combinámos que amanhã nos abraçaremos na Feira do Livro, onde vou ter uma sessão de conversa sobre o me(a)u livro «Morte na Picada», mais autógrafos que, diga-se de passagem pode saldar-se num enorme flop. Explico: o horário dela é das 18:00 às 19:00. Boas horas, não fora o caso do Portugal-Turquia começar às... 19:45. Mas, alea jacta est. Ponto.


O Zé Manel, quem haveria de dizer, escreve versos. E mandou-me o que aqui fica com o prazer de o publicar e a alegria do reencontro informático. É um soneto, como já viram, e ele avisou-me no seu segundo mail (a tréplica da minha réplica, para nos lembrarmos da linguagem jurídica), que é mais para o clássico. É o que é, este compincha e tem mais do que direito a sê-lo. Mesmo que o poema fosse «desrimado», eu publicava-o. Nem é. Podem atestá-lo. O malandro (bom), se quiser, tem aqui espaço para continuar a «rimalhar». Ou para outros trotes. Tás'ouvir, ó Zé Manel Serra? Antunes Ferreira





3 comentários:

Anónimo disse...

Ó Dr. Antunes Ferreira
Finalmente sempre temos poesia neste blog. Folgo imenso, pois gosto muito de bons poemas e este é desses.

O Dr.(?) Pimentel sabe o que escreve e como escreve. Daqui o aplaudo. Acho que deve continuar. Como disse o dono do blog, quando quiser, avance. E o blog fica mais rico, em meu entender.

Parabens aos dois.

Anónimo disse...

Este, na realidade, um País de poetas. Valha-nos S. Periquitos, padrinho dos aflitos e dos apitos.

Paula Raposo disse...

E eu vivi entre 1972/1975 na R. Afonso G.Baldaya. É perto da Tristão da Cunha não é? Beijos.