segunda-feira, fevereiro 11, 2008



Rosa Mota entusiasmou Goa

+ O Estado pretende organizar os Jogos da Lusofonia em 2013



A campeã olímpica portuguesa Rosa Mota esteve em destaque num encontro com cerca de dois mil alunos do Don Bosco College, de Goa, onde foi recebida entusiasticamente e respondeu, em inglês, a dezenas de perguntas do auditório. Dias depois, Rosinha participou numa corrida popular com centenas de pessoas, incluindo muitos jovens, com ampla cobertura de televisões e outros meios de comunicação da Índia.
Os Serviços de Comunicação do Comité Olímpico de Portugal, COP, divulgaram informações sobre o verdadeiro acontecimento que naquele Estado se verificou. Registo aqui, em súmula, passos dos textos produzidos.


A comitiva portuguesa liderada pelo Presidente do COP, Vicente Moura, de que faziam também parte o Presidente e o Vice-reitor da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Jorge Olímpio Bento e Jorge Manuel Gonçalves, teve uma recepção emocionante por parte do responsável pela província da Ordem em Goa, Padre Loddy Pires, e pela Directora de Desportos do Estado, Susana de Sousa.
Vicente Moura, na altura, confessou-se «emocionado pela forma como Rosa Mota representou o Desporto nacional» no encontro com a juventude goesa. «Ela foi recebida em Goa com muito carinho, que chega a emocioná-la, mas é com orgulho que testemunho que tem estado mais uma vez à altura de uma grande campeã olímpica», comentou.



Antes de um jantar oferecido pelo líder parlamentar do Estado de Goa, Pratapsing Raoji Rane (*), a comitiva portuguesa foi recebida oficialmente pelo Ministro Chefe de Goa, autoridade máxima do território, na presença do secretário de Estado do Desporto e de dirigentes da Associação Olímpica de Goa e pelo Centro Internacional de Desportos. Na ocasião, o Chefe do Executivo, Digambar Kamat, anunciou a intenção de Goa se candidatar à terceira edição dos Jogos da Lusofonia, em 2013.


A delegação portuguesa assinou um protocolo conjunto de cooperação com o Don Bosco College of Physical Education, de Panjim, Goa. Esta faculdade, pertencente à Sociedade Salesiana local, dirige, por atribuição da Universidade de Goa, o único curso superior de Educação Física no estado, tendo graduado 115 formandos desde a criação em 2004, mas pretendeu com o protocolo desenvolver e melhorar as competências do curso.


Não se quedaria por aí a intervenção da grande campeã portuguesa. Rosa Mota viveu mais uma experiência inesquecível em Goa, ao participar numa corrida popular com centenas de pessoas, incluindo muitos jovens, e com ampla cobertura de televisões e outros meios de comunicação da Índia. Muitos portugueses residentes ou ali em turismo também presenciaram a «Corrida Rosa Mota», cujo tiro de partida foi dado pelo Ministro da área do Desporto do Estado de Goa.

Ainda de acordo com os S.I do COP, a meta estava instalada junto às instalações da Direcção do Desporto, onde decorreu uma homenagem pública a Rosa Mota e aos restantes membros da comitiva portuguesa, A corrida foi organizada pela Directora dos Desportos e da Juventude, no âmbito do protocolo entre o Don Bosco e a Universidade do Porto, e apoiado pelo COP. Ao englobar esta Missão, a campeã olímpica Rosa Mota deu um grande contributo para a promoção da Lusofonia em Goa e para a divulgação dos segundos Jogos a realizar em Lisboa em 2009.


Este texto foi-me dado a conhecer pelo meu bom Amigo Nuno Cabrita, com quem tive o verdadeiro prazer de trabalhar na Comissão Euro, aquando da preparação do nosso País para a entrada na moeda única.


Maratona do coração


Na minha qualidade de «mais goês do que os goeses», posso imaginar o que terá sido a permanência da nossa Rosinha em Goa. Com a dor de alma de quem não pôde estar lá, é certo. Mas, não se pode ter tudo. Não me consolo com a asserção, mas é o que se pode arranjar…
Sou da opinião de que as relações entre Portugal e a Índia serão sempre muito mais amplas quando ambos os países utilizarem os meios e as vias de que dispõem. E a capital do subcontinente é Nova Deli, não é Panjim. No entanto, esta proximidade de alma, de cultura e de convivência multissecular entre os dois povos pode ser, é, forçosamente, uma componente que não se deve ignorar, sequer subestimar.
Ainda há escassos dias, a comunicação social se fez eco de um acordo entre a Efacec e um grupo industrial indiano muitíssimo importante. As consequências que daí advenham serão, por certo, muito significativas. As visitas recíprocas de responsáveis políticos aos dois países têm sido alavancas para incrementar uma colaboração que se deseja cada vez mais intensa. E o facto de muitos empresários de peso integrarem as respectivas comitivas é a parte mais substancial disso.
No entanto, seria estulto pensar que Goa não ficou nos corações de muitos e muitos Portugueses que por ela passaram, nela viveram, ali constituíram família, ali se radicaram ao longo de cinco séculos. Ficou. Ficou, sem lamechas, sem saudosismos espúrios, muito menos neocolonialismos impensáveis. E igualmente nos dos que hoje a conhecem como viajantes, turistas de máquina digital em punho, e que se maravilham quando ainda gente da terra se lhes dirige em… Português.

Nas estradas de Goa, uma multinacional cervejeira a implantar-se ali, usou o desporto na sua publicidade e plantou cartazes publicitários em que a figura primeira e destacada é o luso Cristiano Ronaldo. Tirei fotos para recordar o facto, já que não é necessário justificar nada. O nosso Ronaldo é ele em qualquer sítio do Mundo. Em Goa, também. Os ganapos adoram-no e as jovens também... Mas vê-lo ali, no meio das várzeas de arroz, tendo por pano de fundo a lindíssima floresta goesa, dá uma alegria inquantificável. A mim, pelo menos, deu.
Já compreendem que me tenha entusiasmado tanto com a Rosa Mota a representar Portugal por aquelas bandas. Foi mais uma maratona conquistada pela nossa campeã. E por Portugal.
A.F.

(*) Entrevistei-o para o Diário de Notícias, nos anos 80, era então Chief Minister.

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