quinta-feira, setembro 07, 2006




O caso Mateus
- um berbicacho

Braz Ferreira (Correspondente nos Emiratos Árabes)
M
esmo longe de Portugal tive um real desprazer de seguir o caso Mateus. De início até julguei que os agentes da Al Qaeda tinham envenenado o nosso tão conhecido rosé.

E pensei com os meus botões ou talvez eles tenham pensado comigo: In vino veritas..., donde, com o vinho matarás... Já viram o que seria morrer de uma talagada só. Mesmo que se saiba que tem vinho que é pior que veneno, ainda até hoje esta dádiva de Baco é sinonimo de saúde e de bem-estar. Não é que os médicos americanos disseram que dois copos por dia ajudam a combater o colesterol? E se fossem três, ou quatro ou cinco, ou mais? Será que conseguíriamos de vez embebedar este tipo de safadeza?

Agora envenenar o Mateus, isso aí já passa dos limites do teste do álcool...
Tenho uma amiga,loira, que me disse um dia que uma alcoólica era uma cólica árabe... E também é de sua autoria, que um copofone era um telemóvel em forma de copo... Desde então pintou o cabelo e deixou de dizer disparates.

Mas voltemos ao nosso Mateus, conhecido no mundo inteiro. Envenenado? Me pareceu um grande disparate, mas comecei a indagar. Primeiro, fui a um dos muitos supermercados de bebidas alcoólicas que se podem encontrar nos Emirados Árabes e comprei um garrafa de Mateus rosé. Depois, no supermercado Choitram comprei umas boas costeletas de porco, pois isso também se vende nos países árabes, mas só para estrangeiros.

Rosé e costeletas de porco

G
relhadas e acompanhadas por um bom rosé, não há veneno que dê jeito.

E assim foi, sentado na beira da piscina, lá fui petiscando as costeletas banhadas em molho indiano de caril e bebericando o tal de Mateus. Até hoje ainda não morri, mas talvez seja um veneno ao retardador. Vai-se la saber? Com o Bin Laden tudo é possível.

Mas graças a Deus e a Allah (se por acaso o Bin estiver a ler este blog) até hoje nem uma pequenina dor de barriga me atingiu. Alguma acidez no estômago, sim, motivada pelo molho indiano, mas além disso nem sombra, mesmo que fraca, de veneno.

Então voltei a convocar os meus botões, e pensei: se não envenenaram o vinho rosé, então o que é o tal caso Mateus? A minha imaginação então começou a divagar, devagar. Por esta razão levei algum tempo até voltar a abrir o web site da RTP e da SIC. A notícia continua a dar que falar. Isto porque só falavam no Mateus para aqui, Mateus para acolá.

De repente, me lembrei de um amigo que tive no Brasil que se chamava Mateus e que gostava de pato no tucupi. O cara era de Belém do Pará, boa praça, bom garfo e bom de copos. Era capaz de beber mais de vinte diferentes tipos de caipirinha. E cerveja nem te conto.

Uma vez, vi ele fazer a roda de uma árvore amazónica, daquelas de três metros de diâmetro, com latinhas de Antártica, pois Brahma, nem morto, como ele dizia. Mas se a Antártica também estivesse envenenada, aí é que ele se tivesse enganado. Mas será que envenenaram também a cerveja brasileira?

Liguei para a nega Fulô, amiga do Mateus, para lhe pedir que ela desse um pulinho na casa do Mateus para ver se ele ainda respirava entre duas enroscadas, das quais só ele sabe apanhar. E ele estava vivo, o que indicava que também era boato o envenenamento da Antártica brasileira.

O AFC e o JFC, equipas de futebol

E então Sr. Mateus qual é o seu caso? Ah tribunais e futebol... Se isto continuar, daqui a pouco temos várias equipas com as cores da Académica, ou, pelo menos, duas: AFC, ou JFC. Explico; Advogados Futebol Clube e Juízes Futebol Clube.

Já imaginaram 22 caras de batina preta e colarinho branco batendo uma bola...e o povo assistindo de babaca. Pois é entre Valentins e outros que tais, somos nós, POVO, que continuamos a pagar o pato (não o do meu amigo Mateus do Brasil) e a passar por verdadeiros imbecis.

Pagando entradas para uma cambada de pseudo dirigentes que só tem qualidades de gritadores e na maiorias das vezes só estão aí para esconder dinheiro das transacções dos astros do futebol. E se isto continuar, ainda um dia vamos terminar sendo eliminados, não por falta de golos, pois ainda os sabemos marcar, mas por falta de vergonha na cara de certos dirigentes do futebol português.

À vossa saúde, brindemos com Mateus, o nosso rosé nacional, pois esse ainda tem nome honrado na área internacional.

4 comentários:

Anónimo disse...

Quanto a Mateus prefiro o ... branco!

Anónimo disse...

Muito bem Sr. Braz Ferreira. Este caso é uma porra! Só no gozo, como o Sr. muito bem faz, pode ser "apreciado". Pobre País que tem destes casos e desta gente; é um País de merda!
Sr. Ferreira, dê-lhes mais, pois porrada é o que eles precisam. Só se perdem as que caem no chão.

Anónimo disse...

Só mais uma achega. De acordo coma Comunicação Social há outros implicados nos crimes do apito doirado. O Vieira, mais conhecido pelo Orelhas e Rei dos Pneus com pó e o Veiga, por alcunha o Penhorado, autor de coisas inqualificáveis que se arranjaram com o maj Valentim Valentão. E mais árbitros que "mais não puderam fazer". Chega de lixo. Abaixo a trampa!
Mas se calhar vai tudo prescrever. Que rico país...

Anónimo disse...

Mal eu pensava que o prof. Gomes Canotilho, da Universidade da minha cidade afirmaria que os crimes do apito doirado podiam ser arquivados porque está tudo inconstitucional. Sacana de País que quando alguém mexe nos interesses e nas infrações faz apitar o alarme que até nem é doirado. Valha-nos a Senhora da Agrela que não há santa como ela...