domingo, outubro 28, 2007

REGISTO

Eça agora



Antunes Ferreira
F
inalmente – os bons malandros, que me perdoe o Mário Zambujal, são sete, incluindo ele. Que é uma espécie, rara aliás, de clone, autor e conversador, sem par, melhor, um par que é um verdadeiro pague um e leve dois. Mas, esqueçam-se os paradoxos, os óbices, as excrescências e as dialécticas, mesmo os obnubilados e entre-se no âmago mais recôndito da ocorrência. Nota: não sei bem o que quis dizer e, pior, escrever, mas lá que é bonito, é. Narcisismo à parte.

Escritores de todos os Mundos: aos abrigos! Veja-se o que estes sete fizeram ao Eça, ao Ramalho, ao Dan Brown e agravada e novamente ao Senhor do monóculo e bigodaça encerada. Trata-se, se assim o quisermos entender, de uma cabala, assim mesmo com b e sem lata, contra os autores citados. Está-se perante uma associação sabe-se lá de quê, malfeitores é demais, querubins de pouco.

Já o escrevi e aqui recaio, miserável e desavergonhadamente: Alice Vieira, João Aguiar, José Fanha, José Jorge Letria, Luísa Beltrão, o já citado Mário Zambujal e Rosa Lobato de Faria, vindos de Sintra e de Avintes, voltaram a atacar. Eça agora! Pois, assim mesmo, Eça agora. Diz Rosa Lobato de Faria que «o título também deu mil voltas e, um repente de Mário Zambujal, surgiu como uma evidência….». Pudera, não, nos head lines o Mário é um alho! Eu que o diga, dos tempos do DN.

Ora pronto. A Oficina do Livro, também reincidente, deu à estampa este Eça agora em que os herdeiros doa Maias usam telemóvel, computador e outras modernices, mas repetem os comportamentos queirosianos, num tempo que é o nosso. Mais um deslumbramento, mais uma noite de vela sem, porque a electricidade já foi inventada. Ou será confirmada?

Primoroso. Poderia utilizar mais adjectivos (creio que ainda posso dizer assim, mas com essas coisas do tlebs nunca se sabe) mas não seriam mais do que paupérrimos despiciendos. E os sete malandros, dos quais cinco meus bons amigos e quatro meus companheiros do Notícias, não merecem que assim os trate. Porque, meus amigos, para além de serem sete os dias da semana, outros sete há que já atingiram o santo dos santos.

É a menorah, o candelabro judaico de sete braços, que Jeová mostrou a Moisés no Sinai e ficou no Tabernáculo como símbolo dos Judeus. São os sete castelos dourados que se encontram na bandeira nacional, implantados no escudo grande e que representam as sete cidades que D. Afonso III conquistou aos mouros. Mas, há mais.

Sete são os símbolos que, invocados, representam o poder: a Espada, a Verga, o Cálice, a Balança, o Candelabro, a Esfera e o Raio Paterno da Cruz. Sete ainda são os deuses nipónicos da sorte, do Xintoísmo. Rentena, Beshamon, Daikoku, Ebsiu, Fukrokuju, Hotei e Jurojin. Que me perdoem os Japoneses se por acaso ou ignorância não os escrevi correctamente.

Porem, os Sete do Eça agora são muito, mas mesmo muito, melhores. Na escrita, nas ideias, na loucura. Muito obrigado por me terem proporcionado esta obra. Diria até, plagiando os meus netos - são bué de fixes.

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