terça-feira, janeiro 16, 2007





«GRANDES PORTUGUESES» NA RTP

Salazar e Cunhal entre os dez primeiros

Antunes Ferreira
L
eio e pasmo. Este nosso País é, definitivamente, o exemplo acabado da caixinha das surpresas. Os órgãos de informação, praticamente todos, destacam uma notícia que aqui também se publica. Repito: leio-a e pasmo. O que se calhar é uma incongruência e um disparate. No que toca ao leio, nada a objectar; no concernente ao pasmo – sou uma besta. Neste rectângulo à beira-mar plantado, tudo vai sendo, cada vez mais, possível. E menos motivo de espanto. Pasmar só se for da pasmaceira em que gostamos de viver, releve-se o trocadilho fácil e idiota.

Antes do mais, vamos à notícia, datada de 15 deste mês.

«No programa da RTP 1 «Os Grandes Portugueses», os dez que se destacaram são os políticos Álvaro Cunhal e António de Oliveira Salazar, os reis D. Afonso Henriques e D. João II, os poetas Luís de Camões e Fernando Pessoa, o navegador Vasco da Gama, os estadistas Infante D. Henrique e Marquês de Pombal e o diplomata Aristides de Sousa Mendes.

O programa televisivo, da responsabilidade da jornalista Maria Elisa, começou em Outubro, tendo sido seleccionadas cem das maiores figuras nacionais, das quais foram votadas no domingo as dez consideradas mais importantes.

A votação dos portugueses, por telefone, para escolher a maior figura nacional de entre os dez finalistas começou à meia-noite de domingo e decorrerá até Março. Na próxima terça-feira, a RTP 1 divulgará o nome das dez personalidades públicas que assumirão o papel de defensores dos finalistas.»


Em frente. Perante uma tal constatação, verificaram-se, de imediato, reacções que poderiam ser pouco esperadas, principalmente para quem anda um tanto a leste do paraíso. No entanto, os que, mais atentos ou menos distraídos, vão tentando perceber Portugal e os seus compatriotas indígenas, a «novidade» não o foi, de modo nenhum.

Refiro-me, já o entenderam, ao facto do ditador de Santa Comba Dão figurar nesta elite, talvez pseudo, mas real. E, ainda, à realidade de ser seu compagnon de route, o antigo secretário-geral dos comunistas portugueses. Não há que enganar: nós, portugueses, salvo umas quantas excepções, entre as quais tenho a veleidade de me contar, adoramos o látego.

Não admira, portanto, que os dois políticos mais importantes no grupo do must nacional na História, constem dois defensores e executores de tais métodos. Somos assim, não há volta que se possa dar. Na verdade, se entre nós se pode falar de res publica, a política que os lusos mais adoram é a da cenoura e do chicote. Não quero com isto falar de burros. Mas…

Os restantes elementos que integram o pelotão dos eleitos podiam ser estes ou outros, tantos há. Foram os escolhidos através de votação, o que em si mesmo é bom. A votação, está bem de ver. Permito-me no entanto, um aplauso para o facto de o diplomata Aristides de Sousa Mendes dele fazer parte. O cônsul de Portugal em Bordéus que, durante a II Guerra Mundial salvou milhares de pessoas, principalmente judeus, contrariando as ordens salazarentas.

Palpitante, verdadeiramente palpitante e, até, picante, o facto de entre os «dez mais» estar um verdugo provinciano que desgraçou um diplomata-heroi, e estar este também, o desgraçado. Os eleitores de um terão sido os mesmos que escolheram o outro? Sim? Não? Sei lá. Este doce rincão natal é pródigo em situações abstrusas. Mais uma, menos uma – que é que faz?

Apareceram logo comentários principalmente a propósito do Botas. A maioria dos quais – e são muitos – favoráveis e encomiásticos. E saudosos. Por este andar, ainda descobrimos que ele foi um democrata ab initio e que só a malfadada cadeira o impediu de conceder a independência às suas «províncias ultramarinas». Duvidam? Pois façam o favor de ler o mimo que se segue, da autoria de um Senhor Hélder Sá.


Obviamente… Salazar

Talvez por ter nascido no Séc. XX, talvez por ser uma estudioso da História de Portugal, talvez por saber o que aconteceu de 5 de Outubro de 1910 a 28 de Maio de 1926, talvez por saber que os republicanos nos "enfiaram" na 1ª. Guerra Mundial, talvez por saber que o Prof. Salazar nos livrou da 2ª., talvez por saber que os republicanos de Afonso Costa e sua camarilha (de que o PS se diz herdeiro) deixaram o País na bancarrota, talvez por saber que em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão, talvez por saber que o Prof. Salazar foi uma pessoa íntegra (ao contrário da gatunagem que tomou de assalto o Poder em 25 de Abril de 1974), talvez por saber que o Prof. Salazar passava as suas férias no Forte de S. Julião da Barra e na sua humilde casa do Vimieiro (Santa Comba Dão), talvez por saber que o Prof. Salazar não soube lidar da melhor maneira com a questão ultramarina (assumindo a sua condição de Homem e não de Deus), por isto é o maior Português de sempre!

Em Portugal, hoje, há liberdade de pensamento e de expressão. Os cidadãos exprimem as suas opiniões sem receio de serem alvo de processos de intenção, de serem presos sem culpa formada, de serem vigiados por um Big Brother, que intramuros se chamou a PIDE/DGS, de serem censurados pari passu.

Isso devia levar a que votassem em consciência e com coerência. Tem dias. O que o Senhor Hélder Sá (que não conheço) escreve pode ser perfeitamente premonitório. Temos todos um ror de dias diante de nós para escolhermos o falecido Presidente do Conselho como a maior figura nacional em mais de oito séculos de História. Ou ele – ou o Senhor Jorge Nuno Pinto da Costa. Ou o Senhor Alberto João Jardim. Tudo democratas da mais fina água. E não nos apressemos. O prazo limite é Março. Ainda dispomos de muito tempo… Depois não venham dizer que não os avisei…

4 comentários:

Anónimo disse...

O que o Senhor Antunes Ferreira escreve é uma PULHICE!

O Professor António de Oliveira Salazar, Deus tenha a sua alma em glória, bem se esforçou por fazer dos Portugueses HOMENS DE BEM.

Mas casos como o deste Senhor não merecem quaisquer esforços. Fique com a sua bilis, beba o seu próprio fel, Senhor Ferreira e veja do que os verdadeiros PORTUGUESES são capazes.

Com a sua «ironia» (?) ou a sua parvoíce, Senhor Ferreira, não vai a lado nenhum. E o antigo Presidente do Conselho de Ministros até vai ganhar o prémio, justo, se ter sido O MELHOR PORTUGUÊS DE SEMPRE! Honra lhe seja feita!

Anónimo disse...

Estou inteiramente de acordo com o Senhor Amaral. Tenho 26 anos, já nasci nesta «democracia» da porra e pelo que me contam tudo era diferente nos saudosos tempos do Professor Salazar.

Pelo que me dizem, que falta nos faz ele. Portugal com ele seria outra coisa: muito melhor!

Anónimo disse...

Tenho 73 anos e não há maneira de me habituar a todos estes desvarios, sacanices, desaforos e crimes do que chamam democracia. Que cambada de safados! Votarei no Professor António de Oliveira Salazar.

Anónimo disse...

Raio de país este em que ou são uma cambada de ignorantes ou gostam de chicote no lombo!
Os mais novos, deviam mesmo apanhar com o Botas para aprenderem a apreciar a Liberdade, os mais velhos...sei lá que dizer!

Maria