domingo, novembro 05, 2006



Está explicada a Vida...

No primeiro dia, Deus criou a vaca e disse: "Tens que ir para o campo com o agricultor durante todo o dia, sofrer debaixo do sol, e dar leite para sustentar o agricultor. Dar-te-ei uma vida de 60 anos".
A vaca disse: " É uma vida dura. Para que é que tu queres que eu viva durante 60 anos? Dá-me somente 20 e eu devolvo-te os outros 40".
E Deus concordou.

No segundo dia, Deus criou o cão e disse: "Senta-te o dia perto da porta da tua casa e ladra para qualquer pessoa que entre ou que passe por perto. Dar-te-ei 20 anos de vida".
O cão disse: "Isso é muito tempo para estar a ladrar. Dá-me somente dez e eu devolvo-te os outros dez". Deus concordou.

No terceiro dia, Deus criou o macaco e disse: Distrai as pessoas, faz truques de macaco e fá-los rir muito. Dar-te-ei 20 anos de vida".
O macaco disse: "Que cansativo, truques de macaco durante 20 anos!? Acho que não. O cão devolveu-te dez eu vou fazer assim também, ok?". Deus concordou.

No quarto dia, Deus criou o Homem. Deus disse: "Come, dorme, brinca, faz sexo, diverte-te. Não faças nada, simplesmente diverte-te. Eu dar-te-ei 20 anos de vida".
O Homem disse: "O quê!? Só 20 anos? Nem pensar! Vamos fazer o seguinte: eu fico com os 40 anos que a vaca devolveu, com os dez do cão e os dez do macaco. Isso faz 80. Pode ser?". "Ok" disse Deus "Negócio fechado".

É por isso que durante os primeiros 20 anos comemos, dormimos, brincamos, fazemos sexo, divertimo-nos e não fazemos nada. Os 40 anos seguintes, sofremos ao sol para sustentar a nossa família, os dez seguintes fazemos figura de macaco para entreter os nossos netos, e os últimos dez anos sentamo-nos na varanda e ladramos a toda a gente.



Obrigadinho, Olga

A Olga Berens é uma boa Amiga, vive em Évora e é médica. Fomos apresentados, vejam lá, por uma bateria descarregada. Como? Não acreditam? Pois aí vai. Eu era o desesperado que não conseguia pôr em marcha o meu triste Hyundai Accent de 99; ela foi a fada benfazeja que me deu corrente, o que, face à minha azelhice sobre pólos e outras confusões mais negativas do que positivas, ia resultando em explosão. Passou-se tudo no parque de estacionamento de um outro Amigo, o Jean Charles Baudouin, ali à Rua do Salitre.

Fiquei-lhe internamente grado, perdão, eternamente grato. De uma doutora com juramento de Hipócrates e tudo, ainda que sem bata nem estetoscópio naquele momento, ninguém esperaria uma tal atenção, bem como uma tão simpática disponibilidade e uma magnífica demonstração de solidariedade.

Depois da patética peripécia e de nos termos despedido já amigos, seguiu, incólume e sorridente, com a filha ao lado, a caminho do Alentejo Alto. Eu fiquei-lhe muitíssimo agradecidíssimo, mas sem conseguir arrancar, nem pedindo de joelhos ao mafarrico coreano. De repente – passou-lhe a birra. Engrenei a primeira e fui-me à vida, que a morte é certa.

Daí por diante temos trocado mails, isto é, a Dr.ª Olga tem-me aturado as catadupas que lhe mando e mandado timidamente uns quantos. O texto acima veio num deles. Alem de irónico, é fascinante. Por isso – blog com ele. Com um pedido, desta feita não de corrente eléctrica de bateria. Mas sim uma bateria de textos, pois fica desde já a Olga Berens nomeada correspondente do travessadoferreira em Évora. Reconheça-se a assinatura, nihil obstat, imprimatur.
A. F.

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