terça-feira, dezembro 13, 2005

TEMPO ATRASADO

Pescar no Natal?

Um destes dias vou dedicar-me à pesca. Tratando-se de um sério e sereno propósito, não vejo o porquê dos vossos sorrisos dubitativos. Cada um pesca o que pesca e ninguém tem nada com isso – excepção feita, natural e obviamente aos peixes.
Na presente data, quando o Natal já vem a dobrar a esquina (é ver o princípio da barriga/barrica vermelha do Santa Claus), vou-me apercebendo de que a vida não se esgota num pinheiro, ainda por cima, plástico, ou seja, falso-como-judas, muito menos em presépio, de figuras de plástico, ou ainda pior, em gambiarras em plástico.
E se falássemos de bolo-rei? Aqui muito à puridade, confesso-vos que, embora republicano e etc., prefiro o bolo-raínha, que não leva frutas cristalizadas, pois é o refúgio – ainda que provisório – de amêndoas, nozes, avelãs, um por outro amendoim e, pasme-se, pinhões. Tudo descascado, como é bom de ver.
Nada. Se continuo por esta senda, ainda desço na paragem dos coscorões, ou no apeadeiro das broas castelares. Isto, enquanto se aquece o forno para o destino final e fatal do peru. Refiro-me, claro, à ave natal (não escrevi árvore de Natal) da América e que, hoje, já faz gluglu em português vernáculo.
Paro aqui, porque estão a tocar à porta. Segundos depois: era o senhor distribuidor de correspondência ao domicílio, por outras palavras, o carteiro, a desejar as boas-festas. E a arrecadar a gorja concomitante. Digam-me uma coisa: se é que aconteceu, por onde andará o 25 de Abril que nem ao homónimo de Dezembro conseguiu chegar?...

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