AR-RIMAS
Roupa suja, perdão, velha
Amigos, mais um Natal
Mais prendas nos sapatinhos
Mais presépio, mais pinheiro
Uma festa sempre igual
Em que nós somos santinhos
Mas beras no ano inteiro
Bacalhau com muitas couves
Batatas, cebola e alho
Pouco vinagre e muito azeite
Ó tu, vê lá se me ouves
Se não, vai para o… trabalho
Ou bebe um copo de leite
Azevias mais filhós
Broas boas, rabanadas
Fatias de bolo-rei
Filhos, pais e até avós
Todos muito entusiasmados
À espera de quê? Eu sei…
Iluminações em quantidade
Penduradas pelas paredes
Gambiarras multicores
Quais luzes duma cidade.
Pescadores com suas redes
Patrões e trabalhadores
Poetas, musas e vates
Jornalistas. Engenheiros.
Arquitectos, jogadores
Xadrezistas, xeques-mates
E até, por tinta dinheiros
Uns se vendem, meus senhores
Já entrámos pelas Festas
Que se desejam bem Boas
Para quem tem e não tem
Queres mais festinhas destas?
Entoar cantos e loas?
E as figuras de Belém?
Deixemos todos de lado
Estas presidenciais (???)
Que toda a malta se engana
O Povo está bem avisado
Já não vai em carnavais
nem que fossem... prá semana
Um presépio bem montado?
Fica-te bem esse intuito
Não há por aí data igual
Há muito tipo enrascado
Que há muito tempo, muito
Ainda crê no Pai Natal
O peru, no forno, a assar
Recheado com mestria
Com batatas e bom molho
Põe a gente a salivar
E no meio da alegria
Há que ter aberto o olho
Porque se assim não fizer
Arrisca-se a meter água
De tamanho desengano
Pois quem passa, podem crer,
Sem o bicho é uma mágoa
Que vai até ao fim do ano.
Enviado por imeile – mas, cheio de vontade que mais outra gente leia esta chachada aqui o meto também. Desculpem… Henrique, o Vate da Lapa, com Lata
domingo, dezembro 25, 2005
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