Ano Novo? Vida Velha
Pronto. Já estamos em 2006. Que raio de tempo é o tempo, não se atrasa, não se adianta, não engana qualquer folha de calendário que se preze, não olha para trás, enfim, não é simpático porque nos leva a caminho do forno crematório. Mas, que se lhe há-de fazer? Os 365 dias – nos anos bissextos 364 – caem quotidianamente à meia-noite e logo se lhes seguem, sem microns a intervalá-los os outros. Não há apelo nem agravo que os mude.
E, como nasceu este estado de coisas?
Ora bem. Hoje utilizamos o Calendário Gregoriano. Ao fim de uma catrefa de outros, mais ou menos históricos mas sempre inexoráveis. O actual é o que se utiliza na maior parte dos países ocidentais Foi promulgado pelo Papa Gregório XIIIa 24 de Fevereiro de 1582 para substituir o Calendário Juliano, seu antecessor Cinco anos de estudos, discussões, acerta daqui, emenda acolá, há dias a mais – corta! – e, finalmente, o inevitável: oficialmente, o primeiro dia deste calendário foi 15 de Outubro do mesmo ano de 1582.
O povinho ficou um tanto aparvalhado. Mau, com tanta mudança e confusão, como iria saber os dias de cada mês e essas chatices todas? E, como sempre, prático até mais não, pariu não uma, mas múltiplas menmónicas. Da que o autor mais gosta é a que reza: "Trinta dias tem Novembro, Abril, Junho e Setembro. Fevereiro vinte e oito tem. Se for bissexto, mais um lhe prantem. E os mais que sete são, trinta e um todos terão". Versão portuguesa com copyright. O Google é uma maravilha; erudição e cultura a todo o tal desgraçado tempo.
E voltamos ao 2006 que apenas tem umas horitas. De fraldas (descartáveis?) o mafarrico ainda nem é gente: é tempo. Já permite atrocidades, catástrofes, guerras, doenças, tsunamis, crimes, tal como o que morreu de velho e todos os outros. Uma desgraça permanente. E quanto a factos, a procedimentos, a causas, a acontecimentos bons? Contem pelos dedos, Amigos, pelos dedinhos, vá lá, das duas mãos.
Existem, portanto, os positivos. Mas, quantos? Oxalá fossem muitos; forem… Porque os votos que nesse sentido se costumam fazer são eminentemente farisaicos (anote-se que se trata de expressão calina; contra os fariseus não tenho nada. Ponto). As promessas – falácias. E os apertos de mão: com a direita estendida e a esquerda escondida atrás das costas – e armada.
Antunes Ferreira, triste e desesperançado
Se quiserem fazer mais um favor, comentem esta merda!!! Obrigadinho...
domingo, janeiro 01, 2006
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